Notícia

Pesquisa busca identificar fungos potencialmente resistentes em pacientes críticos

Unidades hospitalares de Rio Grande (HU-FURG/Ebserh) e Cuiabá (HUJM-UFMT/Ebserh) participam da iniciativa desenvolvida em seis centros de saúde que visa formar uma rede de vigilância no SUS

Divulgação, Ebserh

Fonte

Ebserh | Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Data

terça-feira, 21 fevereiro 2023 12:35

Áreas

Biomedicina. Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Enfermagem. Gestão Hospitalar. Imunologia. Microbiologia. Saúde Pública. Vigilância em Saúde.

O Laboratório de Micologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e os hospitais universitários Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG) e Júlio Müller (HUJM-UFMT), ambos vinculados à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), integram um dos primeiros estudos nacionais de vigilância em leveduras (tipo de fungo) potencialmente resistentes. O projeto ‘Vigilância de Candida auris e outras leveduras multirresistentes a antifúngicos em hospitais do Sistema Único de Saúde’ é coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (INI-Fiocruz) e conta com a parceria de outras instituições de saúde.

O estudo visa avaliar pacientes de hospitais de diferentes regiões brasileiras, ligados ao SUS, quanto à colonização por leveduras potencialmente multirresistentes aos medicamentos antifúngicos, com ênfase na procura de Candida auris, bem como formar uma rede de vigilância, integrando uma parte importante de saúde pública, voltada para as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). O estudo, em andamento desde 2022, é coordenado pela Dra. Rosely Maria Zancopé Oliveira, pesquisadora da Fiocruz.

Sobre o superfungo

A espécie Candida auris, conhecida como ‘superfungo’, foi identificada pela primeira vez no Japão, em 2009. Desde então, já foi diagnosticada em mais de cinco mil pacientes em quase 50 países. No Brasil, os primeiros relatos de infecção por Candida auris ocorreram em dezembro de 2020, em surtos no nordeste do país (Bahia e Pernambuco). Desse modo, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e, mais recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhecem a Candida auris como um patógeno de prioridade crítica, pois é resistente aos principais medicamentos antifúngicos – sendo mais difícil de tratar.

A espécie pode infectar qualquer parte do corpo (sendo mais comum nas axilas e virilha) e pode persistir e se espalhar com facilidade no ambiente hospitalar. Além disso, está associada com casos de surtos em UTIs, apresentando altas taxas de mortalidade dos pacientes. Assim, a vigilância e a rápida identificação desse fungo são fundamentais para que sejam adotadas medidas efetivas de prevenção e controle.

A infecção por Candida auris é considerada oportunista, ou seja, se aproveita da fragilidade do sistema imunológico dos pacientes, geralmente com muitos problemas de saúde, para instalar-se e causar mais danos, podendo provocar uma grave infecção. O diagnóstico é realizado com exame laboratorial, em que são coletadas amostras de material biológico dos pacientes internados, que passam por análises.

Resultados no HU-FURG/Ebserh

Para o desenvolvimento do projeto, o Laboratório de Micologia da FURG conta com a parceria do HU-FURG/Ebserh, especificamente com a equipe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, coordenada pela enfermeira Dra. Lisa Carvalho. As pesquisadoras Dra. Melissa Orzechowski Xavier e Dra. Karine Ortiz Sanchotene coordenam o projeto em Rio Grande, com a busca ativa dos pacientes internados na UTI Adulto. As pesquisadoras entram em contato com os familiares e explicam a importância da pesquisa para o paciente e para a rede de saúde e, em caso afirmativo, o familiar assina o termo de consentimento que permite a coleta da amostra biológica do paciente internado.

Ao todo, cerca de 50 pacientes do HU-FURG/Ebserh serão incluídos no estudo, sendo que mais de 75% das amostras já foram coletadas. Os resultados preliminares permitem a identificação parcial das leveduras isoladas dos dois pontos coletados – axila e virilha. Até o final do primeiro trimestre de 2023, espera-se ter incluído o quantitativo total de amostras necessárias e, então, o material será enviado para a Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde serão realizadas as análises mais detalhadas para identificar o tipo de levedura encontrada, bem como o perfil de resistência desses fungos.

As pesquisadoras destacaram que, nas análises preliminares, não foram encontrados fungos do tipo Candida auris, indicando um bom cenário para a assistência prestada no HU-FURG/Ebserh, tendo em vista que o superfungo representa uma grande ameaça à saúde pública mundial, exigindo vigilância em saúde.

Acesse a notícia completa na página da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Fonte: Ebserh e HU-Furg/Ebserh. Imagem: Divulgação, Ebserh.

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