Notícia

Pesquisadoras desenvolvem ativo cosmético sustentável que esfolia a pele e corrige manchas

Produto foi desenvolvido à base da cera de carnaúba

Tacarijus via Wikimedia Commons

Fonte

Agência UFC

Data

segunda-feira, 27 junho 2022 10:50

Áreas

Bioquímica. Cosmética. Dermatologia. Indústria Farmacêutica.

Pesquisadoras da Universidade Federal do Ceará (UFC) utilizaram a árvore símbolo do Ceará, a carnaubeira, para desenvolver um novo ativo cosmético para correção de manchas na pele: atuando ao mesmo tempo como um esfoliante, o produto tem ação mais eficaz e duradoura, além de ecologicamente sustentável.

Iniciados em 2016, os estudos para a elaboração do produto buscavam oferecer ao mercado um ativo esfoliante que substituísse as microesferas de plástico, hoje amplamente utilizadas pela indústria cosmética, mas que contaminam os oceanos e prejudicam a vida aquática. A solução foi retirada da cera de carnaúba, da qual foram desenvolvidos grânulos de tamanho padronizado ao dessas esferas plásticas, os quais mostraram a mesma capacidade de esfoliar a pele, só que sem causar impacto no meio ambiente.

Após o sucesso na pesquisa, as pesquisadoras perceberam que essas esferas de origem vegetal poderiam desempenhar ainda uma outra função: a de microencapsular uma outra substância para que, assim, possa ser obtido um ativo cosmético multifuncional. “Realizamos um vasto estudo bibliográfico e, após diversos testes laboratoriais, conseguimos encapsular o ácido kójico para potencializar a sua ação e aumentar o seu tempo de estabilidade”, explicou a Dra. Tamara Gonçalves, professora do Departamento de Farmácia da UFC e uma das autoras da patente.

O ácido kójico tem aplicação consolidada como dermocosmético. Ele é um agente despigmentante, ou seja, pode ser usado no clareamento de manchas da pele. Com uma atuação suave, o produto não causa irritação nem fotossensibilização no usuário, o que permite seu uso inclusive durante o dia. Porém, possui fácil oxidação, tornando-se gradativamente amarelo ou marrom quando submetido a altas temperaturas na presença de oxigênio.

Mas este problema pode ser resolvido se o ácido estiver encapsulado, e é aí que o invento da UFC ganha maior atratividade. Isso porque a aplicação do ativo se dá pela sua fricção com a pele. Nesse movimento, as microesferas de cera de carnaúba atuam primeiro na esfoliação física, processo que consiste em remover as células mortas do chamado extrato córneo, a camada mais externa da pele e que é uma região crucial para a absorção de substâncias. Quando esfoliada, a pele permite uma maior penetração de fármacos.

Dessa forma, o ativo deixa a pele mais preparada para receber o ácido kójico, que se encontra dentro dessas cápsulas. Protegido pelas esferas, o ácido kójico não oxida, aumentando sua estabilidade. Além disso, as micropartículas de cera de carnaúba isolam o ácido kójico dos demais componentes da formulação, impedindo possíveis interações, o que evita processos de degradação do ativo.

Potenciais aplicações

“Os resultados são bem satisfatórios porque, ao mesmo tempo em que ocorre a esfoliação e retirada de células mortas, o ácido kójico é liberado de modo mais lento e atua de forma mais eficaz e localizada”, assegurou a professora. Segundo ela, o ativo atua corrigindo as discromias da pele, ou seja, as manchas localizadas causadas por hiperpigmentação.

As principais manchas para as quais o invento pode ser aplicado são olheiras (decorrentes de acúmulo de melanina); os cloasmas, que são manchas escuras que surgem na pele durante a gravidez, principalmente na testa, no lábio superior e no nariz; as melanoses solares, que são lesões benignas que surgem em áreas expostas cronicamente ao sol; e os melasmas, que são manchas escuras que costumam aparecer no rosto, nos braços e nas mãos.

A professora reforça que o invento não se trata de um produto dermatológico em si, mas de um ativo cosmético multifuncional que pode ser adicionado em formulações cosméticas e/ou dermatológicas. De acordo com ela, os insumos e a técnica de produção são economicamente viáveis e abrem boas perspectivas de comercialização para o ativo.

Acesse a notícia completa na página da Agência UFC.

Fonte: Sérgio de Sousa, Agência UFC. Imagem: carnaubeira, fonte de matéria-prima para o desenvolvimento do ativo. Fonte: Tacarijus via Wikimedia Commons.

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