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Pesquisadores do Instituto de Engenharia Nuclear desenvolvem microesferas de vidro para ajudar em tratamentos de câncer

Tecnologia promete ser promissora no combate a alguns tipos de câncer passíveis de tratamento via radioembolização

Divulgação, IEN/CNEN

Fonte

IEN | Instituto de Engenharia Nuclear

Data

quarta-feira, 28 fevereiro 2024 18:25

Áreas

Biologia. Biotecnologia. Entrega de Medicamentos. Farmacologia. Indústria Farmacêutica. Medicina de Precisão. Microbiologia. Nanotecnologia. Oncologia. Química Medicinal. Radioterapia. Saúde Pública.

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), cerca de 704 mil casos novos de câncer devem ser registrados no Brasil em 2024. Este número reflete a necessidade constante de pesquisas sobre a doença, que pode afetar várias partes do corpo humano, e também estratégias de tratamentos que sejam eficazes e mais acessíveis à população, sobretudo devido ao aumento de ocorrências em todas as idades.

Pensando nisso, um grupo de pesquisadores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), unidade técnico-científica da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), sediada no Rio de Janeiro, desenvolveu uma pesquisa inédita e patenteou os resultados que prometem ser promissores no combate a alguns tipos de câncer passíveis de tratamento a partir de radioembolização.

Essa técnica envolve a entrega precisa de microesferas carregadas com produtos radioativos até a região específica do tumor, reagindo de maneira mais segura e precisa à radioterapia, especialmente em casos de tumores no fígado que não permitem cirurgia.

Sob a responsabilidade do farmacêutico e pesquisador Dr. Ralph Santos-Oliveira, a patente: BR 10 2023 023825-4, com o título ‘Reciclagem de vidro para fins médicos: produção de microesferas de matriz vítrea dopadas com 166Hólmio para radioembolização hepatocelular’, desenvolvida no Laboratório de Nanorradiofármacos do IEN,  apresenta um produto 100% nacional e com grande impacto social.

De forma inovadora e inédita, a pesquisa conseguiu dois avanços importantes: primeiro, a produção, em laboratório, de microesferas a partir de vidro reciclável, uma matéria-prima abundante no Brasil e que pode desafogar a cadeia produtiva de impacto ao meio ambiente; o outro insight foi dopar as microesferas com 166Hólmio por este ser um radioisótopo subestimado, mas que apresenta uma ótima capacidade de usos em terapias oncológicas.

A pesquisa do IEN – e o resultado promissor – só foi possível graças a um estudo anterior sobre novos radiofármacos para terapia oncológica, no qual os cientistas envolvidos chegaram a avanços significativos. A partir daí, em 2020, a equipe do Dr. Ralph Santos-Oliveira decidiu encarar os desafios práticos relacionados à radioembolização.

“Lembro de ter lido algo sobre o Brasil ser 100% dependente da importação das microesferas acrílicas, até então utilizadas, e que os valores dessas microesferas eram absurdamente altos, em termos de 10 mil a 15 mil dólares; e também o fato de que o Brasil não tinha nenhum tipo de rota de produção desse material. Hoje, conseguimos superar esta deficiência”, comemorou o Dr. Ralph Santos-Oliveira.

Novos rumos para radioembolização

O pesquisador destacou que, a partir dos resultados já alcançados, existe a possibilidade de ampliação das técnicas de radioembolização para o Sistema Único de Saúde (SUS) de forma rotineira, uma vez que é possível ao país ter um radiofármaco nacional, barato e fácil de se produzir, sem falar no alto rendimento dos resultados.

“Isto é uma grande missão e, na verdade, é o reforço do comprometimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear com a nossa sociedade. A renovação desse empenho nosso com a sociedade se faz através de uma oferta de um produto que possa, de fato, facilitar e alterar a conduta clínica de alguns milhares de pacientes por ano”, lembrou o farmacêutico.

O Dr. Ralph Santos-Oliveira contou que sua equipe tem trabalhado, atualmente, com outras aplicações das microesferas, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Além da radioembolização, hoje, nós estamos estudando outras aplicações para estas microesferas, o que provavelmente será uma expansão dessa patente. Certamente virão resultados bastante interessantes sobre a possibilidade de uma nova aplicação das microesferas”, adiantou o pesquisador.

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Engenharia Nuclear.

Fonte: Ulysses Varela, IEN/IPEN/CNEN. Imagem: pesquisadores do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN). Fonte: Divulgação, IEN/CNEN.

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