Notícia

Pesquisadores identificam proteína envolvida na formação de tumores mais agressivos

Utilizando um modelo animal de neuroblastoma, pesquisadores demonstraram que células tumorais com níveis de expressão mais altos da proteína LIN28B são significativamente mais metastáticas do que aquelas células que não a expressam

National Cancer Institute/NIH via Unsplash

Fonte

UFSC | Universidade Federal de Santa Catarina

Data

segunda-feira, 20 dezembro 2021 11:30

Áreas

Bioinformática. Biologia Celular e Molecular. Oncologia.

O Dr. Edroaldo Lummertz da Rocha, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), faz parte de um estudo que traz a descoberta do papel da proteína LIN28B no processo de metástase, que é a disseminação de células de tumores para outros órgãos. Atualmente responsável por mais de 90% das mortes associadas ao câncer, a metástase ainda permanece incurável.

Para o professor da UFSC torna-se, portanto, crucial compreender os mecanismos biológicos fundamentais pelos quais células tumorais se espalham pelo corpo. “Tal conhecimento permitirá, um dia, o desenvolvimento de novos tratamentos para tumores altamente metastáticos que acometem adultos – como melanoma [câncer de pele] e câncer de mama – e crianças – como o neuroblastoma”.

O neuroblastoma é o terceiro tipo de câncer mais comum na infância e adolescência, ficando atrás somente da leucemia e dos tumores do sistema nervoso central. Apesar do que o nome parece indicar, não é um tumor no cérebro. Trata-se de um tumor sólido extracraniano, bastante comum em crianças, que acomete uma parte do sistema nervoso autônomo, responsável por controlar funções vitais fundamentais como a respiração, pressão arterial, batimentos cardíacos e a digestão. Conforme explicou o Dr. Edroaldo, a maioria dos neuroblastomas se desenvolve nas glândulas adrenais, que se localizam acima dos rins, no abdome ou nas células nervosas próximas da coluna espinhal.

Desenvolvimento do estudo

Em colaboração com pesquisadores do Boston Children’s Hospital e da Escola Médica de Harvard, a pesquisa foi publicada na revista científica The Journal of Clinical Investigation. Utilizando um modelo animal de neuroblastoma, um câncer infantil altamente metastático e letal, os pesquisadores demonstraram que células tumorais com níveis de expressão mais altos da proteína LIN28B são significativamente mais metastáticas do que aquelas células que não a expressam. Por meio de abordagens genéticas no estudo, a remoção da proteína LIN28B reduziu substancialmente a propagação de células tumorais e, consequentemente, aumentou a sobrevida dos animais.

As análises de biologia computacional com dados de expressão de genes de mais de 450 pacientes com neuroblastoma foram utilizadas para determinar o grau de agressividade de células tumorais com ou sem expressão de LIN28B. As análises revelaram que células com altos níveis desta proteína são molecularmente similares a tumores de pacientes em estágios avançados da doença, já metastáticos. Enquanto isso, as células nas quais a proteína LIN28B foi retirada são molecularmente mais semelhantes a tumores menos agressivos, sem envolvimento de metástase.

“A identificação da proteína LIN28B como criticamente importante para o processo de metástase pode levar ao desenvolvimento de novas terapias baseadas na sua inibição por meios farmacológicos, podendo levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para tumores altamente metastáticos. Como o câncer metastático ainda representa um desafio clínico, o desenvolvimento de novos tratamentos é urgentemente necessário. O nosso trabalho contribui para uma melhor compreensão da proteína LIN28B em neuroblastoma e, potencialmente, outros tumores agressivos. Compreender estes processos fundamentais que regulam o espalhamento de células tumorais pelo organismo é crucial para desenvolver terapias mais efetivas”, complementou o pesquisador.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da UFSC.

Fonte: Maykon Oliveira, Agecom/UFSC. Imagem: Microtentáculos e metástase. Fonte: ‘National Cancer Institute/NIH’ via Unsplash.

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