Notícia
Pesquisadores isolam substâncias antitumorais a partir de fungos
Estudo, fomentado pela FAPEAM, realizou o isolamento de mais de cem linhagens de fungos de solos, rios e plantas do Amazonas
Érico Xavier, FAPEAM
Com a necessidade de melhorar o conhecimento acerca da biodiversidade do Amazonas em prover moléculas com potencial no combate ao câncer, pesquisa apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) isolou 114 linhagens de fungos.
O estudo, fomentado pelo Programa Amazonas Estratégico, da FAPEAM, realizou o isolamento de mais de cem linhagens de fungos dos mais diversos ambientes amazonenses: solos, rios e plantas. Logo após esse processo, houve a identificação de técnicas de biologia molecular e a fermentação para a produção de moléculas, a fim de que fossem testadas contra as linhagens tumorais in vitro.
O principal resultado dessa pesquisa foi a descoberta das 114 linhagens de microrganismos, além do processo de isolamento, a obtenção, a identificação e a análise da capacidade metabólica de todas. “Foi utilizada a técnica chamada espectrometria de massas, que permite visualizar de maneira antecipada quais substâncias que esses fungos produziam em condições laboratoriais”, disse o Dr. Hector Henrique Ferreira Koolen, coordenador do projeto e professor da Universidade do Estado Amazonas (UEA).
Com os ensaios aplicados foi possível o isolamento de duas moléculas: o ácido secalônico D e paecilina D, presentes no fungo Talaromyces, como potenciais antitumorais. Devido a isso, a pesquisa possibilita o estímulo de mais estudos sobre novos elementos para possíveis fármacos derivantes.
Para o estudo, o pesquisador Hector Koolen contou com a colaboração de sua equipe, formada por pesquisadores da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Amazônia) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
O estudo científico permitiu a investigação de microrganismos por meio de um processo de fermentação controlada, que os utiliza visando a produção de substâncias, conhecidas como produtos naturais.
“Essas substâncias podem ter uma utilidade, por exemplo, como novos protótipos para o desenvolvimento de antibióticos e fármacos usados no combate contra o câncer”, explicou o professor Hector Koolen. As espécies catalogadas foram incluídas na coleção de fungos do Grupo de Metabolômica e Espectrometria de Massas (GPMEM) da UEA.
Resultados relevantes
O projeto reforçou a necessidade da preservação da Amazônia e de iniciativas que visem contribuir cientificamente para as mais diferentes áreas. Além do impacto científico do projeto, que posiciona o estado no cenário científico nacional, os resultados podem vir a contribuir futuramente em parcerias público-privadas de estudo e desenvolvimento de produtos com a biodiversidade do Amazonas.
“A coleção de fungos só vai aumentar e o número de estudos também, para que cada vez mais tenhamos a possibilidade de botar o Amazonas no mapa da pesquisa e desenvolvimento nacional”, avaliou o pesquisador. Também deve ser destacado o impacto tecnológico da pesquisa através da contribuição para a descoberta de duas moléculas como agentes antitumorais.
Acesse a notícia completa na página da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas.
Fonte: Diovana Rodrigues, Decom FAPEAM. Imagem: Érico Xavier, FAPEAM.
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