Notícia

Pesquisadores portugueses descobrem propriedades terapêuticas na pele de anfíbios

Estudo pioneiro sugere que as moléculas presentes na pele de anfíbios em Portugal podem vir a ser aplicadas no tratamento de doenças como a leishmaniose, diabetes e doenças neurodegenerativas

Divulgação, Universidade do Porto

Fonte

Universidade do Porto

Data

terça-feira, 14 janeiro 2020 08:40

Áreas

Bioquímica. Farmacologia.

Um estudo pioneiro em Portugal, coordenado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), descobriu que as moléculas presentes na pele dos anfíbios que habitam em Portugal podem ter propriedades terapêuticas no combate a doenças como a leishmaniose, a diabetes e doenças neurodegenerativas.

Esta é a primeira vez que se estudam os compostos bioativos da pele de várias espécies de anfíbios encontrados em Portugal Continental e nos Açores. Os primeiros resultados deste estudo indicam que as moléculas presentes nestes animais têm potencial terapêutico e podem impulsionar a bioprospecção de novos fármacos.

O principal foco do projeto VIDA-FROG, no qual se insere este estudo, é a aplicação biotecnológica das moléculas presentes nas secreções cutâneas dos anfíbios. Com esse objetivo, os pesquisadores começaram por coletar espécimes do norte de Portugal, bem como das ilhas de São Miguel e Santa Maria, nos Açores. Mais recentemente, e para obter uma amostra mais significativa, realizaram-se novas expedições no Gerês [Parque Nacional Peneda-Gerês] e na Serra de Valongo.

“Até ao momento já conseguimos identificar dois peptideos [na salamandra de fogo (Salamandra salamandra) e na rã verde (Pelophylax perezi), coletadas, respetivamente, no Gerês e na ilha de São Miguel, nos Açores] com potencial antioxidante”, explica a Dra. Alexandra Plácido, pesquisadora de pós-doutorado na FCUP, que trabalha no Laboratório Associado para a Química Verde – REQUIMTE.

“O que fazemos é a extração das secreções, usando um “bioestimulador”, com uma voltagem baixa, que provoca a contração muscular e, consequentemente, a libertação das secreções presentes nas glândulas da pele”, explica a especialista.

Valorização da biodiversidade local

O objetivo deste projeto passa também por valorizar a biodiversidade nacional e sensibilizar a comunidade para a importância destas espécies. Segundo a Dra. Alexandra Plácido, esta pesquisa não tem qualquer impacto negativo quer no bem-estar animal quer na biodiversidade local, já que “após os primeiros procedimentos laboratoriais de identificação das moléculas, estas passam a ser sintetizadas quimicamente no Departamento de Química e Bioquímica da FCUP para realização dos estudos subsequentes”. Além disso, e uma vez recolhidas as amostras de secreções, os animais são libertados no seu habitat natural.

O projeto VIDA-FROG é liderado pela FCUP e teve início em abril de 2019. Neste estudo estão envolvidos o Dr. Peter Eaton, pesquisador do departamento de Química e Bioquímica da FCUP, as professoras da FCUP Dra. Paula Gameiro e Dra. Paula Gomes, e as pesquisadoras Dra. Cátia Teixeira e Dra. Alexandra Plácido.

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Renata Silva, FCUP. Imagem: Divulgação, Universidade do Porto.

 

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