Notícia
Pesquisadores testam adesivos de pele para aplicação de vacinas
Dotado de microagulhas, protótipo possibilita a aplicação indolor, o que pode favorecer a imunização de pessoas que tenham aversão a agulhas e injeções
Dra. Lídia Maria de Andrade, UFMG
Fonte
UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais
Data
terça-feira, 11 julho 2023 15:30
Áreas
Biologia Celular. Biomedicina. Biotecnologia. Dermatologia. Engenharia Biológica. Entrega de Medicamentos. Imunologia. Microbiologia. Toxicologia. Vacinas.
Pesquisadores do Laboratório de Biologia Celular do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), liderados pelo Dr. Guilherme Mattos Jardim Costa, professor do Departamento de Morfologia da UFMG, estão participando de uma pesquisa que tem o objetivo de criar adesivos de pele para aplicação de vacinas. Desenvolvido em parceria com outras universidades brasileiras, o material colante, com microagulhas de aplicação indolor, pode facilitar a imunização de pessoas que têm aversão a agulhas e injeções.
“Fomos convidados a colaborar com o estudo na fase de testes da segurança toxicológica das microagulhas, que compõem os adesivos e são responsáveis por carregar e liberar os imunizantes no corpo”, conta a Dra. Lídia Maria de Andrade, pesquisadora do Laboratório de Biologia Celular. Cada microagulha tem apenas 700 μm (micrômetros) de altura e 200μm de largura de base – para efeito de comparação, 1 milímetro tem 1.000 micrômetros.
Testes
Como o objetivo do estudo é usar os adesivos em humanos, a Dra. Lídia explicou que são necessários ensaios pré-clínicos, in vitro e in vivo, para saber se as microagulhas são capazes de entregar as substâncias que carregam e se causam algum efeito adverso, como irritação ou inflamação na pele. A fase inicial de testes dos adesivos utiliza células de pele humana, de fígado de camundongo e de rins de macaco, todas de linhagem comercial e obtidas em bancos internacionais de células.
“Um dos testes in vitro é o de citotoxicidade. Nele, expomos um grupo de células às microagulhas e avaliamos se essas células estarão viáveis ou se vão parar de crescer. Em outra experiência, agora in vivo, avaliamos se a pele do camundongo fica irritada, se há inflamação no local e se há alteração morfológica em decorrência da aplicação da microagulha”, complementou a Dra. Lídia de Andrade.
Por fim, a pesquisadora acrescentou que são avaliados fragmentos de fígado e rim para verificar a ocorrência de algum problema sistêmico. Também são feitos testes bioquímicos com amostras de sangue para avaliar as funções renal e hepática dos animais.
Resultados promissores
De acordo com a Dra. Lídia de Andrade, apesar de os testes estarem em fase inicial, os resultados são animadores. “Na microscopia de fluorescência, percebemos que as microagulhas foram capazes de liberar, muito rapidamente, todo o conteúdo que carregavam”, comemorou. “Vimos também que a pele animal não ficou irritada, o que indica a inexistência de toxicidade capaz de provocar reações adversas. Os testes devem ocorrer até 2025, mas já sugerem que o método proposto para imunização é promissor”, concluiu a pesquisadora.
As microagulhas estão sendo desenvolvidas pela startup Microneeds, em parceria com uma rede de cientistas de diferentes universidades brasileiras. Além da UFMG, participam do projeto a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e o Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Minas Gerais.
Fonte: Dayse Lacerda, Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB-UFMG.
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