Notícia
Pesquisadores usam inteligência artificial para detecção de câncer de pele
Método de diagnóstico por imagem utilizado no estudo pode aumentar em doze pontos percentuais a taxa de diagnósticos corretos feitos por dermatologistas
National Cancer Institute/NIH Visuals Online
Fonte
Técnico Lisboa | Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa
Data
segunda-feira, 31 julho 2023 11:20
Áreas
Biologia. Computação. Dermatologia. Diagnóstico. Inteligência Artificial. Oncologia. Saúde Pública.
Um projeto de pesquisa em Inteligência Artificial (IA) e cuidados de saúde, liderado pela Dra. Catarina Barata, pesquisadora do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (Técnico Lisboa), em Portugal, foi publicado na revista científica Nature Medicine e revelou resultados promissores relacionados com o diagnóstico do câncer de pele. A utilização do método testado no estudo aumentou a taxa de diagnósticos corretos feitos pelos dermatologistas em 12%.
O estudo teve foco na utilização de um modelo de IA chamado ‘aprendizagem por reforço’, que cruzou dados de tabelas geradas por peritos, em que se atribuíam recompensas e penalizações para diferentes erros de diagnóstico. Quando comparado com o modelo de aprendizagem tradicional, o modelo de aprendizagem por reforço produziu melhorias notáveis na sensibilidade para duas doenças da pele: o melanoma e o carcinoma basocelular. A sensibilidade para o diagnóstico de melanoma subiu de 61,4% para 79,5%, enquanto que para o carcinoma basocelular, subiu de 79,4% para 87,1%.
A equipe de pesquisadores descobriu ainda que este modelo de IA permite reduzir o excesso de confiança no diagnóstico automatizado, mantendo a sua precisão. Este dado pode ser um importante fator de mudança em aplicações da IA em Medicina, uma vez que o excesso de confiança neste tipo de diagnósticos tem gerado preocupação.
A Dra. Catarina Barata, que é pesquisadora no no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR-Lisboa) do Técnico Lisboa, explicou que este tipo de abordagem é cada vez mais essencial. “O uso de IA deve ser ajustado às pessoas e trazer-lhes benefício. Este modelo com recompensas torna o processo mais simples e fácil de compreender para um não especialista, o que está muito alinhado com a direção que queremos tomar em relação à inteligência artificial.” A pesquisadora está também envolvida no projeto internacional Responsible AI, que pretende implementar uma série de práticas reflexivas e preocupações com a acessibilidade a este tipo de tecnologia.
A IA tem demonstrado capacidade de precisão em várias áreas de diagnóstico por imagem, levando ao desenvolvimento de ferramentas de apoio à decisão e criando possibilidades de melhoria da acessibilidade aos cuidados de saúde.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa.
Fonte: Técnico Lisboa. Imagem: Nevo displásico evoluindo para melanoma maligno. Fonte: National Cancer Institute/NIH Visuals Online.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar