Notícia

Proteína do bicho-da-seda e algas permitem liberação controlada de medicamento para hipertensão

Novo produto é formado por micropartículas com capacidade de aderir à mucosa do intestino: método consiste em encapsular o princípio ativo da valsartana com dois polímeros naturais e abundantes

Pixabay

Fonte

Agência de Inovação da Unicamp

Data

terça-feira, 3 agosto 2021 06:15

Áreas

Entrega de Medicamentos. Medicina de Precisão. Saúde Pública.

O abandono do tratamento é uma das grandes dificuldades no controle da hipertensão arterial e insuficiência cardíaca. Estima-se que apenas dois em cada dez adultos diagnosticados com pressão alta estejam com a doença crônica controlada, segundo a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp). Uma alternativa para aumentar a adesão ao tratamento pode estar na tecnologia desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O invento é capaz de prolongar o efeito terapêutico da valsartana, um dos principais anti-hipertensivos, reduzindo os efeitos colaterais e beneficiando os pacientes, principalmente aqueles que fazem o uso contínuo do fármaco.

O novo produto é formado por micropartículas com capacidade de aderir à mucosa do intestino. O método consiste em encapsular o princípio ativo da valsartana numa mistura de dois polímeros naturais e abundantes: o alginato, proveniente de algas marinhas, e a sericina, proteína que reveste o casulo do bicho-da-seda. A modificação na forma de liberação da valsartana mantém o tratamento efetivo por mais tempo.

As partículas formadas na blenda – nome usado para a mistura de polímeros – são gastrorresistentes, ou seja, passam pelo estômago sem serem digeridas. As microesferas carreadoras do princípio ativo chegam íntegras ao intestino, evitando, assim, uma irritação desnecessária da mucosa do estômago. Dessa forma geram maior conforto ao paciente e facilitam a diminuição das dosagens necessárias ao longo do dia, pois garantem a entrega no local de ação.

“O limite recomendado pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, para liberação de fármacos no estômago é de 10%. Nossas partículas ficaram bem abaixo disso, liberando apenas 4% nessa fase”, contou a professora Dra. Melissa Gurgel Adeodato Vieira. A pesquisadora explora o potencial da sericina e do alginato para fins ambientais e de saúde desde 2014.

Segundo o grupo de pesquisa, as partículas também promovem a liberação mais uniforme do fármaco. Isso evita picos de concentração e absorção da valsartana que podem causar sintomas como tonturas e diminuição excessiva da pressão. A liberação da valsartana pelas partículas de sericina e alginato resultou no prolongamento do tempo de liberação do ativo ao ser comparada com a forma farmacêutica convencional.

“Conseguimos ter uma curva bem mais prolongada, de até vinte e três horas, para o fármaco atingir cem por cento de liberação. Com isso, minimizamos efeitos colaterais e aumentamos o tempo de administração entre uma dose e outra, melhorando a adesão ao tratamento e reduzindo custos para o paciente”, relatou a engenheira química Caroline Santinon, ao citar os resultados dos testes in vitro.

Acesse a notícia completa na página da Agência de Inovação da Unicamp.

Fonte: Ana Paula Palazi, Agência de Inovação da Unicamp e Jornal da Unicamp. Imagem: Pixabay.

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