Notícia
Proteína melhora capacidade de cicatrização da pele em animais
Os cientistas estão apenas começando a entender os processos celulares que levam ao envelhecimento e à lenta cicatrização das células da pele
Matthew Modoono, Universidade Northeastern
Fonte
Universidade Northeastern
Data
quarta-feira, 22 janeiro 2020 11:25
Áreas
Biologia. Dermatologia. Envelhecimento.
Quando uma pessoa se corta, as células da pele reparam o tecido danificado em dias ou semanas, dependendo da gravidade da ferida. Grande ou pequeno, esse corte acabaria sendo cicatrizado, porque esse é o trabalho da pele como a primeira linha de defesa contra um mundo exterior cheio de infecções e micróbios indesejados.
Mas, tanto quanto a pele é um órgão de proteção, também é um “órgão da juventude”. Como outras células do corpo, a capacidade das células da pele de se reparar diminui com a idade. É por isso que as pessoas idosas são particularmente suscetíveis a riscos de feridas abertas que cicatrizam lentamente – às vezes muito devagar.
Os cientistas estão apenas começando a entender os processos celulares que levam ao envelhecimento e à lenta cicatrização das células da pele. As terapias atuais, que incluem estimular o crescimento celular e novas bandagens de compressão, ainda estão aquém de ajudar as pessoas idosas, diz o Dr. Justin Crane, professor de Biologia da Universidade Northeastern, nos Estados Unidos, que lidera um laboratório focado nesses processos.
“Essas estratégias são um pouco eficazes, mas no envelhecimento da pele, há muito espaço para melhorias. Ainda existem alguns defeitos que pensamos serem inerentes a essas células que não estão sendo solucionados”, afirma o especialista.
Em um estudo publicado recentemente na revista científica Journal of Biological Chemistry, a equipe de pesquisadores liderada pelo Dr. Crane delineou um mecanismo que melhora a capacidade de curar feridas das células da pele em camundongos envelhecidos .
A equipe descobriu que doses baixas de uma proteína chamada interleucina 15 melhoraram a capacidade de cicatrização da pele em camundongos, imitando alguns dos benefícios antienvelhecimento do exercício. No corpo humano, essa proteína é fundamental para o processo de energização de todas as células e é encontrada em abundância em pessoas que se exercitam mais.
Os cientistas ainda não entendem os efeitos do envelhecimento em todos os tipos de células envolvidas na cicatrização da pele, mas foi inesperado descobrir que um único tipo de proteína poderia assumir esse processo. Isso porque seria fácil supor que um ambiente intrincado, composto por diferentes camadas da dinâmica celular, precisaria de vários componentes para recuperar a capacidade da pele de se recompor.
“O que descobrimos é um resgate bastante abrangente, ou pelo menos bastante completo, com apenas um fator. A IL-15 estimula vários outros processos a seguirem uma espécie de dominó – o que é totalmente possível – ou é apenas um ativador muito potente de caminhos muito importantes”, conclui o Dr. Justin Crane.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Northeastern (em inglês).
Fonte: Roberto Molar Candanosa, Universidade Northeastern. Imagem: Matthew Modoono, Universidade Northeastern.
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