Notícia

Ressonância magnética avançada beneficia pacientes com ‘síndrome do coração rígido’

Com os resultados da pesquisa, médicos poderão orientar melhor as estratégias de tratamento e, assim, melhorar o prognóstico dos pacientes

University College London e European Heart Journal

Fonte

University College London

Data

quinta-feira, 4 agosto 2022 06:30

Áreas

Cardiologia. Doenças Cardiológicas. Imagens Médicas. Quimioterapia. Ressonância Magnética.

Uma forma avançada de ressonância magnética cardíaca, desenvolvida por pesquisadores da University College London (UCL) em colaboração com o Royal Free Hospital, no Reino Unido, permitiu pela primeira vez aos médicos medir a eficácia da quimioterapia em pacientes com a ‘síndrome do coração rígido’.

Os pesquisadores disseram que a descoberta, publicada na revista científica European Heart Journal, significa que os médicos agora poderão orientar melhor as estratégias de tratamento e, assim, melhorar o prognóstico dos pacientes.

A amiloidose cardíaca – também chamada de síndrome do coração rígido – ocorre quando placas da proteína amiloide se acumulam no músculo cardíaco, afetando sua capacidade de bombear sangue. Sem tratamento, essa condição pode levar rapidamente à insuficiência cardíaca e à morte.

No entanto, avaliar a condição tem sido difícil, pois, embora os médicos possam detectar a presença da proteína amiloide no coração, não havia um teste seguro para medir sua quantidade. Isso também significa que não há como medir o efeito terapêutico da quimioterapia – o tratamento normal de primeira linha.

A resposta de um paciente é atualmente avaliada com marcadores biológicos indiretos, mas estes não medem a quantidade (ou a redução) da proteína amiloide cardíaca – o alvo final da droga – e os médicos consideram os marcadores menos úteis ao tentar avaliar tratamentos de quimioterapia de segunda linha.

Para superar isso, os pesquisadores da UCL desenvolvem e refinam, há 10 anos, o mapeamento do volume extracelular (ECV) por Ressonância Magnética Cardiovascular (RMC) para a amiloide. Essa técnica não invasiva permite que os médicos acompanhem a presença e a quantidade de proteína amiloide usando ressonância magnética.

Agora, pela primeira vez, eles usaram a tecnologia para avaliar o sucesso do tratamento quimioterápico, avaliando a regressão ou progressão da amiloide cardíaca.

Para o estudo, 176 pacientes com amiloidose cardíaca de cadeia leve foram submetidos à Ressonância Magnética Cardiovascular com Mapeamento de Volume Extracelular. As varreduras de RMC com mapeamento ECV foram feitas no diagnóstico e, em seguida, aos seis, 12 e 24 meses após o início da quimioterapia.

A técnica avançada de ressonância magnética permitiu aos pesquisadores medir com precisão a quantidade de proteína amiloide nos corações e, pela primeira vez, medir as mudanças em resposta à quimioterapia em exames repetidos. Ao medir as mudanças, eles poderiam detectar quais pacientes teriam um prognóstico melhor ou pior.

Além disso, combinando os resultados com exames de sangue para a doença, verificou-se que quase 40% dos pacientes tiveram uma melhora substancial (redução) na deposição de amiloide, algo que não se pensava ser possível antes – mostrando o quão eficaz a quimioterapia pode ser.

A Dra. Ana Martinez-Naharro, professora da Divisão de Medicina da UCL e primeira autora do estudo, disse: “Neste estudo, avaliamos a capacidade e o valor da RMC para realizar o mapeamento de ECV e medir diretamente as alterações nas proteínas amiloides no coração em resposta à quimioterapia e como elas se correlacionam com os marcadores indiretos. As varreduras e os dados disponibilizados usando essa técnica nos deram informações para verificar a quantidade de proteína amiloide e também a regressão na amiloide durante o tratamento quimioterápico”.

“Isso é incrivelmente valioso para os médicos: conhecer a quantidade, e não apenas a presença de amiloide, significa que eles podem orientar melhor a opção de tratamento, decidindo com mais precisão o momento e o protocolo dos tratamentos de quimioterapia de segunda linha”, continuou a pesquisadora.

No Reino Unido, existem cerca de 4.000 a 6.000 pacientes com amiloidose, no entanto, há muitos mais que permanecem sem diagnóstico. A condição é mais prevalente em homens do que em mulheres.

A Dra. Marianna Fontana, também professora da Divisão de Medicina da UCL e autora sênior do estudo, disse que esta técnica de ressonância magnética desenvolvida pela UCL deve agora ser usada imediatamente para diagnosticar e avaliar todos os casos de amiloidose cardíaca de cadeia leve. “Como os exames de ressonância magnética estão amplamente disponíveis, ao desenvolver o uso do mapeamento de ECV em uma máquina que já é usada para esses pacientes, esperamos que seu uso possa ser disponibilizado a mais pacientes para ajudar a melhorar seus cuidados”, destacou a Dra. Marianna Fontana.

“O objetivo seria usar esses exames rotineiramente para todos os pacientes com a doença para ajudar os médicos a monitorar a resposta à quimioterapia e ajudar a melhorar a sobrevida do paciente, que é muito ruim em pacientes que não respondem ao tratamento”, concluiu a pesquisadora.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da University College London (em inglês).

Fonte: Henry Killworth, UCL. Imagem: Regressão amiloide de cadeia leve sistêmica cardíaca em exames seriados de ressonância magnética cardiovascular na linha de base (linha superior) e após o tratamento com quimioterapia aos 6 meses (segunda linha) e 1 ano (terceira linha). Reduções em T1 nativo, realce tardio por gadolínio e volume extracelular dentro do miocárdio são demonstrados progressivamente ao longo do tratamento. Fonte: University College London e European Heart Journal.

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