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Terapia com estrogênio no início da menopausa pode ajudar a manter as artérias desobstruídas

Terapia com estradiol reduziu a progressão dos depósitos de gordura em artérias do pescoço, diz estudo publicado pela Associação Americana do Coração

Freepik

Fonte

Associação Americana do Coração

Data

quinta-feira, 5 março 2020 11:05

Áreas

Cardiologia. Saúde da Mulher.

Tomar uma pílula de estrogênio no início da menopausa pode retardar o progresso de acúmulo de gordura nas artérias do pescoço, de acordo com nova pesquisa.

O estudo preliminar, apresentado no último dia 3 de março nas sessões científicas de “Epidemiologia e Prevenção/Estilo de Vida e Saúde Cardiometabólica” da Associação Americana do Coração (AHA, da sigla em inglês), nos Estados Unidos, traz novos conhecimento sobre o possível impacto da terapia com estrogênio no acúmulo de placas nas artérias na menopausa precoce e tardia. O resumo do estudo foi publicado na revista científica Circulation.

Os pesquisadores analisaram dados do estudo ELITE (Ensaio de Intervenção Precoce Versus Tardia com Estrogênio), que estudou a saúde cardiovascular de 643 mulheres saudáveis que estavam na menopausa por menos de seis anos ou mais de 10 anos. Os participantes receberam uma dose oral diária do hormônio estradiol – geralmente prescrito para tratar os sintomas da menopausa e para prevenir a osteoporose – ou um placebo. A cada seis meses, durante cinco anos, as participantes do estudo realizavam ultrassonografias de suas artérias carótidas.

A pesquisa se concentrou em lipídios, ou depósitos de gordura, que se acumularam nas paredes das artérias do pescoço. Durante a menopausa precoce, a terapia com estradiol reduziu a progressão dos depósitos de gordura em mais da metade em relação à progressão observada grupo placebo.

Entre as mulheres na menopausa tardia, não houve diferença significativa nos depósitos lipídicos entre as que tomavam estradiol e as que tomavam placebo.

A Dra. Roksana Karim, principal autora do estudo, disse que os resultados devem ajudar a aliviar as preocupações sobre a terapia com estrogênio que datam do início dos anos 2000, quando algumas pesquisas mostraram que a terapia de reposição de estrogênio pode realmente aumentar o risco de derrame.

“Devido a essas concepções errôneas, alguns médicos ainda estão desconfortáveis ​​em prescrever terapia com estradiol”, disse a Dra. Karim, professora de Medicina Preventiva Clínica na Escola de Medicina da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles. “Os resultados do teste ELITE devem trazer de volta a confiança na terapia com estradiol, considerada segura para mulheres que entraram em menopausa recentemente, saudáveis ​​e sem problemas cardiovasculares”.

Como o estudo se concentrou na menopausa precoce e na menopausa tardia, não foram consideradas as mulheres que estavam na faixa  de seis a 10 anos após o início da menopausa. A Dra. Karim disse que gostaria de ver estudos futuros incorporando essas mulheres, e sugeriu uma pesquisa que investigue mais profundamente o colesterol para descobrir por que o estrogênio retarda o acúmulo de placas nas artérias de algumas mulheres.

A Dra. JoAnn Manson, chefe da Divisão de Medicina Preventiva do Hospital Brigham and Women’s da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, disse que as novas descobertas reforçam a ideia de que a terapia com estrogênio tem um efeito mais favorável na saúde cardiovascular na menopausa precoce.

“As evidências para a hipótese do tempo estão aumentando e se tornando mais convincentes”, disse a Dra. Manson, que não esteve envolvido na pesquisa.

A especialista disse que o estudo é limitado, no entanto, por seu tamanho relativamente pequeno e pela falta de dados clínicos sobre ataques cardíacos e derrames. Ela alertou que o estudo não prova que o estrogênio reduz o risco de acidente vascular cerebral, dado que existem outras possíveis causas.

A Dra. Manson sugeriu uma pesquisa comparando o estrogênio oral ao estrogênio transdérmico (adesivos, géis e sprays), bem como estudos testando diferentes tipos de progesterona, outro hormônio frequentemente combinado ao estrogênio.

Como a terapia hormonal apresenta alguns riscos, ela não deve ser usada “com o objetivo expresso de tentar prevenir doenças cardiovasculares. Mas os resultados deste estudo são reconfortantes para o uso de estrogênio no tratamento de mulheres no início da menopausa que têm ondas de calor incômodas ou suores noturnos e teriam benefícios de qualidade de vida com a terapia com estrogênio”, concluiu a Dra. JoAnn Manson.

Acesse o resumo da publicação científica (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Associação Americana do Coração (em inglês).

Fonte: Associação Americana do Coração. Imagem: Freepik.

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