Notícia
Teste genético pode orientar o uso de quimioterapia contra o câncer
Pesquisa mostrou que teste genético já disponível pode orientar o uso de quimioterapia em pessoas com câncer de intestino
Michele Studer via WellcomeCollection.org
Fonte
Imperial College de Londres
Data
sábado, 11 março 2023 17:55
Áreas
Bioinformática. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Genética. Genoma. Oncologia. Quimioterapia. Saúde Pública.
Pesquisadores do Imperial College de Londres e do Institute of Cancer Research (ICR), no Reino Unido, e também do Netherlands Cancer Institute, nos Países Baixos, descobriram que um teste genético já disponível pode prever se um paciente com câncer de intestino se beneficiará da quimioterapia. Acredita-se que isso poderia poupar os pacientes que não se beneficiariam do tratamento de toxicidade desnecessária e efeitos colaterais debilitantes.
O teste genético já é usado como parte do padrão de tratamento no Reino Unido e em todo o mundo para prever as respostas dos pacientes a outros medicamentos direcionados ao câncer, o que significa que os médicos podem aplicá-lo para orientar a quimioterapia imediatamente. No câncer de intestino, as respostas ao tratamento quimioterápico de última linha, com trifluridina/tipiracil, variam muito entre os pacientes – com alguns pacientes apresentando boas respostas em longo prazo e outros sem benefícios.
Os pesquisadores descobriram que uma mutação específica no gene KRAS, chamada KRASG12, esta ligada à baixa sobrevida em pacientes tratados. Por outro lado, outra mutação foi associada a um aumento de três vezes na sobrevida.
O Dr. Nicola Valeri, professor honorário de Oncologia Gastrointestinal do Imperial College de Londres e do ICR, destacou: “Esta é a primeira vez que temos um marcador genômico já usado na clínica que pode nos dizer se o câncer de um paciente será sensível ou resistente à quimioterapia. Esperamos que os médicos usem esses dados para melhorar o atendimento de pacientes com câncer de intestino avançado sem demora. Será difícil para alguns pacientes descobrir que esse medicamento de última linha não os beneficiará, mas esse teste permitirá que eles evitem efeitos colaterais desnecessários e tenham uma melhor qualidade de vida com câncer avançado. Felizmente, nossas descobertas também revelam um grupo de pacientes que percebem benefícios substanciais ao tomar esse tipo de quimioterapia”.
Os pesquisadores estão pedindo aos reguladores de saúde que incorporem rapidamente as descobertas nas diretrizes, de modo que o uso do teste para direcionar o tratamento com trifluridina/tipiracil se torne o padrão de tratamento.
“Tratar bem o câncer não é apenas permitir que as pessoas vivam mais, mas também dar a elas a melhor qualidade de vida possível. Embora a quimioterapia possa ser muito eficaz para muitos pacientes, ela também pode ter efeitos colaterais debilitantes – e por isso é importante ter o máximo de informações possível sobre a probabilidade de o tratamento funcionar”, disse o professor Dr. Kristian Helin, diretor executivo do ICR.
“Este é um avanço empolgante para a medicina genômica – mostrando que os testes genômicos não são úteis apenas para orientar o tratamento com terapias direcionadas, mas também com quimioterapias mais severas. Isso terá um grande impacto para as pessoas com câncer de intestino avançado, eliminando as suposições em seu tratamento”, concluiu o Dr. Kristian Helin.
O estudo foi financiado pelo ICR, Imperial College de Londres e Oncode Institute.
Os resultados foram publicados na revista científica Nature Medicine.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia na página do Institute of Cancer Research (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Imperial College de Londres (em inglês).
Fonte: Ellie Cawthera, Imperial College de Londres. Imagem: Autorradiografia colorida de sequenciamento de DNA. Fonte: Michele Studer via WellcomeCollection.org.
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