Notícia

Testes desenvolvidos na USP tornarão diagnóstico da covid-19 mais acessível

Detecção da doença poderá ser feita com testes rápidos produzidos a partir de proteínas do vírus

Divulgação

Fonte

Jornal da USP

Data

terça-feira, 14 abril 2020 12:05

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Diagnóstico. Doenças Infecciosas. Saúde Pública.

Para aumentar o número de diagnósticos da COVID-19 no Brasil, pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram diferentes métodos, em três frentes. Um deles  permite fazer testes para identificar o vírus em equipamentos disponíveis na maioria dos laboratórios do País. A técnica, que utiliza reagentes produzidos no Brasil, reduzirá o tempo de detecção da doença para quatro horas, com a mesma eficiência do teste convencional.

Além disso, os cientistas também estão desenvolvendo um método de teste rápido que utiliza anticorpos para identificar pessoas infectadas a partir de secreções produzidas na garganta.

Por fim, a equipe trabalha em um teste sorológico pelo método Elisa. A ideia é saber quem, em tese, já foi curado e está imunizado. Isso poderá facilitar o retorno gradual da população às atividades após o isolamento, que poderá ser feito após a fase mais crítica da pandemia.

PCR

O professor Dr. Edison Durigon, do ICB-USP, que coordena a pesquisa, afirma que o diagnóstico da COVID-19 normalmente é feito por meio de testes moleculares, sendo que a técnica mais usada é a chamada PCR (Reação em Cadeia da Polimerase, na sigla em inglês) em tempo real. “Esse teste fornece resultados em um período de seis a oito horas, porém o equipamento necessário é muito caro e está disponível apenas em grandes laboratórios. Outro problema é que os reagentes usados nos testes são todos importados, e atualmente há enormes dificuldades em adquiri-los devido à grande demanda em todo o mundo”, explica o professor.

Os pesquisadores do ICB desenvolveram então um teste molecular que utiliza o método PCR clássico, mas pode ser feito em equipamentos existentes na maioria dos laboratórios clínicos e de pesquisa brasileiros. “O teste fornece resultados em quatro horas e foi padronizado para ter a mesma sensibilidade e especificidade dos diagnósticos feitos com o PCR em tempo real, empregando reagentes produzidos no Brasil. A ideia é que mais laboratórios consigam fazer os testes, popularizando os diagnósticos”, destaca o pesquisador. Os testes poderão ser adotados quando a padronização for concluída e publicada.

Proteína do Vírus

No Laboratório de Virologia do Departamento de Microbiologia do ICB-USP também é pesquisado um método de teste rápido para diagnosticar a COVID-19, identificando a infecção pelo vírus por meio das secreções da garganta. “Para criar esses testes, foram produzidos em laboratório diferentes fragmentos de proteínas da superfície do vírus”, relata a professora Dra. Cristiane Guzzo, que participa do estudo.

“A partir dessas proteínas, são obtidos anticorpos que vão ser usados na montagem do teste para identificar o vírus.” A próxima etapa do estudo é inocular as proteínas em animais de laboratório para que possam produzir os anticorpos. A previsão dos pesquisadores é que o teste rápido esteja pronto para testes clínicos em cerca de 20 dias.

Anticorpos

O grupo de pesquisa do ICB trabalha na padronização de um teste sorológico pelo método Elisa (ensaio imunoenzimático), que também utiliza equipamentos encontrados na maior parte dos laboratórios brasileiros. “Através desse método é possível pesquisar anticorpos produzidos após a infecção pela COVID-19 e fazer uma triagem das pessoas que já estão curadas. Com o Elisa, o Ministério da Saúde e as Secretarias estaduais e municipais de saúde poderão identificar quem está imune e planejar melhor as estratégias para impedir a disseminação da doença”, concluiu o Dr. Edison Durigon.  Esse teste também aguarda a conclusão da padronização para ser utilizado.

Acesse a notícia completa na Jornal da USP.

Fonte: Júlio Bernardes, Jornal da USP. Imagem: Divulgação.

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