Notícia

Tuberculose pode causar danos importantes aos pulmões

Estudo multicêntrico com mais de 2000 pacientes indianos mostrou evidências de dano pulmonar permanente

Freepik

Fonte

Universidade de Dundee

Data

terça-feira, 13 agosto 2019 11:40

Áreas

Pneumologia. Tuberculose. Saúde Pública.

Pesquisa da Universidade de Dundee, no Reino Unido, revelou que a epidemia mundial de tuberculose está deixando um legado de doença pulmonar crônica. Cientistas da Universidade, em parceria com a Rede de Pesquisa Respiratória da Índia, relataram resultados de um estudo com mais de 2000 pacientes indianos com evidências de dano pulmonar permanente.

Pesquisadores descobriram que mais de 1/3 dos pacientes que foram curados com sucesso da tuberculose com antibióticos desenvolveram danos pulmonares permanentes que, nos piores casos, resultam em grandes cavidades nos pulmões e alargamento das vias aéreas, a chamada bronquiectasia.

Sobreviventes de tuberculose e pacientes com história de infecções graves, como pneumonia infantil, compunham a maioria dos pacientes com dano pulmonar na Índia. A pesquisa sugeriu que essas infecções deixaram um legado de tosse diária, mais infecções no peito e pior qualidade de vida. Os pacientes necessitaram de mais hospitalizações para o tratamento de suas condições pulmonares em quase 40% dos casos. O teste de função pulmonar descobriu que os pacientes com lesão pulmonar pós-tuberculose perderam aproximadamente 40% de sua capacidade pulmonar, deixando muitos pacientes com falta de ar persistente.

O estudo foi realizado por cientistas em Dundee, trabalhando ao lado de médicos em hospitais e centros médicos em toda a Índia. Eles recrutaram 2.195 pacientes com bronquiectasia estabelecida em 14 estados indianos para participar do estudo. Os pacientes forneceram uma história médica detalhada e resultados de tomografia computadorizada e função pulmonar foram usados para avaliar a gravidade do dano pulmonar.

O Dr. James Chalmers, da GSK/British Lung Foundation, professor de Pesquisa Respiratória da universidade e principal autor do estudo, disse: “Este estudo chama a atenção urgente para o problema dos danos pulmonares pós-tuberculose em todo o mundo. A tuberculose é uma condição curável com antibióticos e grandes passos foram dados para eliminar a tuberculose. Mas este estudo é um alerta porque, mesmo que consigamos eliminar toda a tuberculose no mundo todo no futuro, ficaremos com um legado de danos pulmonares crônicos e bronquiectasias que exigirão um melhor reconhecimento e melhor tratamento.”

Quando os pacientes da Índia foram então comparados com pacientes com o mesmo dano pulmonar na Europa e nos Estados Unidos, os danos nos pulmões foram mais graves, a função pulmonar foi pior e os pacientes foram mais propensos a serem hospitalizados por infecções graves. O tratamento recomendado para esses pacientes, como inaladores, fisioterapia e tratamento com antibióticos para infecções, raramente era fornecido.

De acordo com o Relatório Global de Tuberculose 2018 da Organização Mundial da Saúde, estima-se que 2,8 milhões de pessoas contraíram tuberculose na Índia, o que representa um quarto de todos os casos de tuberculose no mundo.

O governo indiano se comprometeu a erradicar a tuberculose até 2025, no entanto, este estudo adverte que a epidemia de tuberculose poderia ter conseqüências duradouras para o tratamento das condições pulmonares na Índia e em todo o mundo. Tratamentos baseados em evidências, como exercícios de fisioterapia e antibióticos, são tratamentos de baixo custo que comprovadamente melhoram a qualidade de vida e reduzem infecções pulmonares, mas estavam disponíveis para menos de 50% dos pacientes indianos.

“Esses problemas são evitáveis, com reconhecimento e prevenção mais precoces da tuberculose e outras infecções como pneumonia e as consequências são tratáveis. As autoridades de saúde pública precisam intensificar seus esforços para diagnosticar e tratar rapidamente a tuberculose, caso contrário, podemos acabar em uma situação em que uma epidemia pode ser substituída por outra”. A pesquisa foi publicada na revista científica Lancet Global Health.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade de Dundee (em inglês).

Fonte: Grant Hill, Universidade de Dundee. Imagem: Freepik.

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