Notícia
UFMT desenvolve curativo de queimadura com babosa e própolis
Pesquisa em fase experimental tem financiamento da FAPEMAT
Hadi via Wikimedia Commons
Fonte
UFMT | Universidade Federal de Mato Grosso
Data
terça-feira, 18 janeiro 2022 11:05
Áreas
Biomedicina. Biotecnologia. Dermatologia. Fitoterapia.
Pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com foco no desenvolvimento de curativo para queimaduras à base de borracha natural, babosa e própolis, recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT). O projeto encontra-se em fase de desenvolvimento experimental, com potencial de melhorar e diminuir os custos do tratamento.
Queimaduras que precisam de acompanhamento médico são, geralmente, ferimentos com uma extensão e profundidade considerável, o que as torna vulneráveis a infecções. Assim, o tratamento desses ferimentos deve incluir três funções: controlar o crescimento bacteriano, remover o tecido necrosado e estimular o crescimento do novo tecido. Atualmente isso é feito em etapas separadas, o que pode limitar a eficácia do tratamento.
“Ao produzir as membranas de borracha natural que estudamos podemos acrescentar diferentes compostos medicinais, como os presentes na babosa e no própolis, que irão tratar dos ferimentos de forma mais ampla, contribuindo para diminuir a frequência na troca de curativos do paciente”, explicou Loyane Almeida, pesquisadora de pós-doutorado e uma das responsáveis pelo projeto.
A babosa (também conhecida como aloe vera) e o própolis são panaceias com um forte lastro científico e de saberes populares. Isso porque a babosa é um fitoterápico com ação anti-inflamatória, imunomoduladora, que favorece o crescimento de vasos sanguíneos e restauração da pele. “A própolis, por sua vez, têm capacidade antioxidante, anti-inflamatória, analgésica, antibacteriana e antifúngica. Além disso, no processo de cicatrização, ela tem se indicado promissora devido à capacidade de aumentar a proliferação, ativação e crescimento das células da pele e estimular a expressão de colágeno”, afirmou Loyane, com base em pesquisa anterior realizada pelo grupo.
Além disso, a própria borracha natural é capaz de estimular células e fatores específicos envolvidos na cicatrização, como a angiogênese, processo de formação de novos vasos sanguíneos para nutrição e reparo da região da queimadura.
O projeto está em fase de desenvolvimento experimental na UFMT, Campus do Araguaia. “A proposta visa unir o melhor dos três: borracha natural, própolis e babosa. Primeiramente integrando conhecimentos físico-químicos e, então, entendendo quais os efeitos imunológicos e fisiopatológicos da membrana desenvolvida”, disse a pesquisadora, que completou: “Mais estudos ainda são necessários para determinar eficácia e segurança, antes da aplicação clínica em humanos e é por isso que a aprovação e fomento pela FAPEMAT será tão importante”.
A pesquisa é supervisionada pela professora Dra. Paula Cristina Souza Souto, da UFMT Campus do Araguaia, que também é responsável pelo projeto.
Acesse a notícia completa na página da UFMT.
Fonte: André Faust, UFMT. Imagem: Hadi via Wikimedia Commons.
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