Notícia
UFRJ inicia pesquisa sobre fígado bioartificial
Fígados bioartificiais poderão ser usados em transplantes e em testes de medicamentos
Raphael Pizzino - Coordcom/UFRJ
Fonte
UFRJ | Universidade Federal do Rio de Janeiro
Data
segunda-feira, 18 novembro 2019 14:25
Áreas
Fisiologia. Hepatologia. Desenvolvimento de Fármacos.
Produzir fígados bioartificiais que possam ser usados em transplantes, beneficiando pacientes que estão na fila de espera há muito tempo. Essa é a proposta do estudo realizado por pesquisadores do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe, coordenada pela professora Dra. Regina Goldenberg, investiga as possibilidades de tratamento para as doenças hepáticas, por meio da produção desses órgãos em laboratórios. O objetivo do estudo é utilizar os fígados bioartificiais em transplantes e em testes de medicamentos.
A pesquisa, que ainda está em fase de testes de laboratório e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Regenerativa (INCT-Regenera), investiga as possibilidades para a criação de fígados “personalizados”. Esses órgãos podem, inclusive, evitar problemas de rejeição que alguns pacientes sofrem após o transplante. Segundo a coordenadora, há um percentual de 40% a 70% de pacientes transplantados que apresentam rejeição ao novo fígado. “Por isso, pensamos em caminhos para desenvolver um fígado bioartificial, com técnicas modernas de bioengenharia, que evitaria casos de rejeição do organismo”, afirmou a pesquisadora.
O estudo possibilitará, também, a redução do uso de animais de experimentação e a expansão do uso das células-tronco e somáticas na medicina regenerativa em relação ao teste de toxicidade de drogas. Os fígados bioartificiais poderão ser usados para verificar o potencial tóxico antes que os medicamentos sejam comercializados e atinjam os pacientes. “Podemos testar as drogas potencialmente hepatotóxicas nesse fígado bioartificial que foi repopulado com células humanas e isso torna o resultado mais próximo da realidade dos pacientes do que os testes em animais”, esclarece a Dra. Regina Goldenberg.
A pesquisa utilizará fígados de porcos ou de doadores humanos, cujo órgão seria descartado por não cumprir as exigências médicas para ser utilizado em outro paciente. Sob a responsabilidade da pós-doutoranda Lanuza Faccioli, esses fígados passam por um processo de retirada de todas as suas células, sendo utilizado apenas o arcabouço de sustentação, no qual serão aplicadas células-tronco, geradas a partir de células sanguíneas chamadas eritroblastos. A coordenadora explica que os eritroblastos, quando estimulados com determinados genes, assumem o papel de células-tronco e passam a ter a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido, assumindo as funções do órgão em que foram aplicadas.
De acordo com a professora, as doenças que acometem o fígado representam um grave e crescente problema de saúde e de mercado no Brasil. “Para se ter uma ideia, as doenças hepáticas crônicas são consideradas graves problemas de saúde pública e causas da morte de mais de 1,7 milhão de pessoas por ano”, afirmou. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro semestre de 2019, as taxas de doador efetivo e de transplante de fígado ainda estão abaixo das taxas de 2018. O relatório também indicou que, de janeiro a junho de 2019, o número de transplantes realizados foram de 2.182, menos da metade dos pacientes que necessitam da cirurgia.
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Fonte: CoordCOM, UFRJ. Imagem: Raphael Pizzino – Coordcom/UFRJ.
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