Notícia

Vacina contra o HPV reduz câncer cervical em 87%

Fonte

King's College de Londres

Data

segunda-feira, 8 novembro 2021 06:15

Áreas

Farmacologia. Oncologia. Vacinas.

Pesquisadores do King’s College de Londres, no Reino Unido, descobriram que o programa de vacinação contra o HPV preveniu cerca de 450 cânceres cervicais e cerca de 17.200 pré-cânceres em meados de 2019. Eles também descobriram que as taxas de câncer cervical foram reduzidas em 62% em mulheres vacinadas entre as idades de 14-16 anos e 34% em mulheres com idade entre 16 e 18 anos quando receberam a vacina.

O artigo, publicado na revista científica The Lancet e financiado pela Cancer Research UK, analisou todos os cânceres cervicais diagnosticados na Inglaterra em mulheres com idades entre 20-64 entre janeiro de 2006 e junho de 2019. Três dessas coortes formaram a população vacinada, onde as mulheres foram vacinadas com Cervarix entre as idades de 12-13, 14-16 e 16-18 anos, respectivamente. Incidências de câncer cervical e carcinoma cervical não invasivo (CIN3) nas sete populações foram registradas separadamente.

O programa de vacinação começou na Inglaterra em 2008 e na época usava a vacina bivalente, Cervarix, que protege contra os dois tipos mais comuns de HPV. Desde setembro de 2012, a vacina quadrivalente Gardasil tem sido usada em seu lugar.

Quase todos os cânceres cervicais são causados ​​pelo HPV. A vacina é mais eficaz quando administrada antes da atividade sexual, quando é improvável que as pessoas tenham sido expostas ao HPV. O vírus está ligado a outros cânceres, incluindo câncer vaginal, vulvar, anal, peniano e alguns cânceres de cabeça e pescoço.

“É incrível ver o impacto da vacinação contra o HPV e agora podemos provar que ela evitou que centenas de mulheres desenvolvessem câncer na Inglaterra. Há muitos anos sabemos que a vacinação contra o HPV é muito eficaz na prevenção de cepas específicas do vírus, mas ver o impacto da vacina na vida real foi realmente recompensador”, disse o Dr. Peter Sasieni, autor principal do estudo e professor da Escola de Câncer e Ciências Farmacêuticas do King’s College de Londres.

O pesquisador acrescentou: “Supondo que a maioria das pessoas continue a tomar a vacina contra o HPV e vá para o rastreamento, o câncer cervical se tornará uma doença rara. Este ano, já vimos o poder das vacinas no controle da pandemia da COVID-19. Esses dados mostram que a vacinação funciona na prevenção de alguns tipos de câncer. ”

A Dra. Vanessa Saliba, Epidemiologista Consultora em Imunizações da Public Health England, disse: “Essas descobertas notáveis ​​confirmam que a vacina contra o HPV salva vidas ao reduzir drasticamente as taxas de câncer cervical entre as mulheres. Isso nos lembra que as vacinas são uma das ferramentas mais importantes que temos para nos ajudar a viver mais e de modo mais saudável”.

“Essa conquista fantástica foi possível graças à alta aceitação da vacina contra o HPV na Inglaterra. Encorajamos todos os que têm direito à vacina contra o HPV a tomá-la quando disponível. Todos os elegíveis podem se recuperar até o 25º aniversário. Junto com o rastreamento do colo do útero, isso ajudará a proteger mais mulheres de casos evitáveis ​​de câncer do colo do útero”, concluiu a especialista.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa no King’s College de Londres (em inglês).

Fonte: King’s College de Londres. Imagem: Getty Images.

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