Notícia

UnB desenvolve larvicida a partir de planta produzida em abundância no Brasil

Larvicida está em fase adiantada de testes e é desenvolvido no Insetário da UnB

André Gomes, Secom UnB

Fonte

UnB | Universidade de Brasília

Data

segunda-feira, 8 abril 2024 12:05

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Infecciosas. Farmacognosia. Microbiologia. Produtos Naturais. Química Medicinal. Saúde Pública. Vigilância Sanitária.

Centenas de ovos do mosquito Aedes aegypti são cultivados na Universidade de Brasília (UnB) em ambiente propício ao crescimento – com mais umidade no ar e temperatura mais elevada para que pesquisadores possam estudar cada vez mais o inseto e testar novos produtos que foram idealizados e desenvolvidos na Universidade, como repelentes e inseticidas.

Atualmente, um larvicida que está em fase adiantada de testes é desenvolvido no Insetário da UnB, o Laboratório Professor José Elias de Paula (em homenagem ao renomado botânico da UnB falecido em 2013), e também no Laboratório de Farmacognosia (ambos na Faculdade de Ciências da Saúde), onde são estudados princípios ativos naturais em plantas ou animais em busca de novos fármacos. Os dois locais estão sob coordenação da Dra. Laila Espíndola, professora do Departamento de Farmácia (FAR/FS/UnB).

“Esse produto em teste tem que ser barato, não pode ser tóxico e o insumo tem que existir em grande quantidade para podermos fazê-lo também em grande quantidade para controlar um mosquito que está em todos os lugares”, relatou a professora. “Então, começamos a triar coisas que todos já usam como alimento e achamos uma dessas amostras que são produzidas no mundo inteiro, consumidas no mundo inteiro há milênios, e que o Brasil ainda é um grande produtor, ou seja, temos um insumo, a matéria-prima, em grande quantidade”, revelou.

A professora explicou que ao extrair os compostos da planta utilizada – cujo nome ainda é segredo de laboratório e não pode ser divulgado –, a equipe envolvida no projeto descobriu uma molécula majoritária que foi mais eficiente quando atuava em conjunto com outras. Ou seja, a solução nesse aspecto parece ser mais simples do que se pensava.

“Não precisaremos nem isolar o composto, será só fazer o controle de qualidade. E é nisso que estamos trabalhando agora. Estamos em fase avançada de formulações. Vamos fazer testes em laboratório até chegar à melhor formulação que, além de ser barata, tem de ser estável, para durar anos para ser usada”, apontou a Dra. Laila Espíndola. Até o momento, esta solução é pensada como um larvicida em pó.

Financiar para avançar

A Dra. Paula Correa de Oliveira, que faz pós-doutorado em Farmacognosia na UnB e investiga o potencial de plantas utilizadas tradicionalmente na Amazônia no controle do mosquito, lembrou que, antes de virar um produto disponível para a sociedade, há um longo caminho a ser percorrido.

“Claro que o que a sociedade quer é um produto ali pronto e acabado para o uso comum. Só que há muitos desdobramentos que são importantes ao longo desse processo e que vão acontecendo: a formação de recursos humanos, o conhecimento da biodiversidade, a valorização do nosso patrimônio genético, do patrimônio brasileiro. Então é todo esse trabalho, não é só o produto final. Chegar nesse produto depende de empresa, universidade, governo, todo mundo trabalhando conjuntamente para que, de fato, aconteça”, ressaltou a pós-graduanda.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Brasília.

Fonte: Marcela D’Alessandro, Secom UnB. Imagem: Arthur Ramos, Dra. Paula Correa, Dra. Laila Espíndola e Fabiana Almada desenvolvem pesquisas com o mosquito Aedes aegypti no Insetário da UnB. Fonte: André Gomes, Secom UnB.

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