Notícia

Inibidor de microRNA desenvolvido na UFMG pode abrir nova rota para o tratamento do câncer

Ação da molécula que dificulta a resposta imunológica e favorece o crescimento do tumor foi neutralizada

Bruce Wetzel e Harry Schaefer, National Cancer Institute/NIH Visuals Online

Fonte

UFMG | Universidade Federal de Minas Gerais

Data

terça-feira, 9 abril 2024 12:20

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Genoma. Imunologia. Microbiologia. Oncologia. Patologia. Química Medicinal. Saúde Pública.

Estudos desenvolvidos no Laboratório de Imunoparasitologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG) identificaram microRNA abundante na corrente sanguínea de pacientes com câncer de mama. As análises experimentais revelaram que, quanto maior a presença da pequena molécula no sangue, pior é o prognóstico da doença.

Na tentativa de reverter o quadro, o grupo desenvolveu e testou, in vitro, com sucesso, um inibidor do microRNA. A esperança é de que, em alguns anos, esse conhecimento possa ser usado para ajudar no tratamento do câncer de mama e, possivelmente, de outros tumores.

A ideia de desvendar o microRNA e seus impactos funcionais em células imunes surgiu ainda no mestrado da bioquímica Mariana Sousa Vieira. A pesquisadora buscava verificar gaps da área de oncologia. Sob orientação do Dr. Helton Santiago, professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG e diretor clínico do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, ela desenvolveu, durante seu doutorado, ensaios que possibilitaram avaliar a função de células imunes saudáveis em presença de vesículas plasmáticas circulantes de pacientes com câncer de mama ou doadoras saudáveis. E descobriu que a pequena molécula é responsável por inibir a resposta imunológica e ajudar o câncer a crescer.

“Vimos que, quando células imunes saudáveis ficavam em contato com essas vesículas de pacientes com câncer de mama, elas se tornavam menos eficientes em estimular uma resposta protetora, deixando de executar suas funções de forma completa”, relatou. “Para justificar o achado, analisamos o que estava ‘dentro’ das vesículas e identificamos um microRNA enriquecido em pacientes com câncer, em quantidade um milhão de vezes superior à encontrada em outros indivíduos sem a doença”.

Os pesquisadores usaram cerca de 40 amostras de pacientes com câncer de mama em tratamento (cirúrgico, quimioterápico e radioterápico) e igual número de amostras de doadoras saudáveis de mesma faixa de idade média.

Reversão

Depois da identificação do microRNA, que impacta a função de células imunes, a equipe do professor Santiago buscou avaliar se um inibidor dessa molécula seria capaz de mudar tais efeitos. “Fizemos testes em cultura usando células humanas e, por meio do inibidor, conseguimos reverter a função das células imunes prejudicadas”, revelou a Dra. Mariana Souza. “Identificamos, em nível molecular, como o microRNA funciona e descobrimos que ele ‘desarranja’ uma proteína chamada GSKIP. O inibidor do miRNA 181b retoma a função da GSKIP”.

De acordo com a Dra. Mariana Vieira, ensaios em animais estão em andamento, e a equipe está conseguindo avançar no conhecimento de como se dá essa reversão in vivo. Os experimentos, que prosseguem a cargo da pesquisadora Caroline Leonel Vasconcelos, agora estão sendo realizados em camundongos. O estudo é financiado pelo CNPq, pela CAPES e pela FAPEMIG, e seus resultados serão publicados em breve.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal de Minas Gerais.

Fonte: Dayse Lacerda, Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do ICB-UFMG. Imagem: Célula de câncer de mama. Fonte: Bruce Wetzel e Harry Schaefer, National Cancer Institute/NIH Visuals Online.

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