Notícia
Estudo sugere que bactérias sobrevivem em meio hospitalar através da degradação de plásticos
De acordo com pesquisadoras da Universidade de Coimba, o trabalho teve como objetivo perceber como as bactérias conseguem manter-se vivas em meio hospitalar mesmo na presença de vários processos de desinfecção
Benoit-Joseph Laventie via Wikimedia Commons
Fonte
Universidade de Coimbra
Data
segunda-feira, 13 maio 2024 19:10
Áreas
Bacteriologia. Biologia. Biotecnologia. Imunologia. Materiais. Microbiologia. Saúde Pública.
Um estudo liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em Portugal, sugere que bactérias sobrevivem em meio hospitalar através da degradação de materiais plásticos. A pesquisa, publicada na revista científica Heliyon, evidencia que o processo de deterioração de polímeros pelas bactérias é relevante para explicar a persistência das bactérias em ambiente hospitalar.
“A ocorrência de infeções em meio hospitalar é um fenômeno multifatorial e está relacionado com a contaminação por bactérias. As bactérias ESKAPE, especificamente as Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumoniae, são relevantes na ocorrência destas infeções. Portanto, é necessário investigar para identificar características que justifiquem a prevalência destas espécies no ambiente de saúde”, destacaram a Dra. Paula Morais e a Dra. Rita Branco, professoras do Departamento de Ciências da Vida (DCV) e pesquisadoras do Grupo de Microbiologia Ambiental do Centro de Engenharia Mecânica, Materiais e Processos (CEMMPRE) da Universidade de Coimbra.
De acordo com as pesquisadoras, o trabalho teve por objetivo perceber como as bactérias conseguem manter-se vivas em meio hospitalar mesmo na presença de vários processos de desinfeção. “Concluímos que as bactérias por vezes podem resistir a alguns antibióticos, mas têm também a capacidade de usar os materiais dos hospitais, por exemplo cânulas nasais e tubos para soro, como suporte para o seu crescimento”, explicaram.
“A estratégia utilizada pelas bactérias passa pela produção de biofilmes sobre os materiais. Posteriormente, iniciam o processo de degradação”, explicou a professora Paula Morais, alertando sobre a relevância para a saúde pública da persistência e proliferação destes organismos em ambientes hospitalares. “É importante que se reforcem as medidas de controle de infecções para mitigar os riscos associados ao crescimento bacteriano em tais superfícies”, afirmou.
Por outro lado, estes processos de degradação de polímeros podem vir a ser relevantes em processos futuros, como na reciclagem e remoção do lixo plástico. “Vamos continuar a estudar estas bactérias para perceber como conseguem usar o polímero e se o fazem de uma forma eficiente, para serem usadas noutros processos”, concluiu.
Além das professoras Paula Morais e Rita Branco, participaram do estudo Roberta Lordelo – doutoranda da FCTUC, professora do Departamento de Tecnologia em Saúde e Biologia do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e primeira autora do estudo – e o Dr. Fernando Gama, pesquisador na Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E) e da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.
Fonte: Sara Machado, FCTUC. Imagem: bactérias Pseudomonas aeruginosa. Fonte: Benoit-Joseph Laventie via Wikimedia Commons.
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