Notícia

Ebola: com 2.000 mortes, OMS declara emergência internacional de saúde

Fonte

Universidade de Pádua

Data

quinta-feira, 1 agosto 2019 12:50

Áreas

Doenças Infecciosas.

O Ebola é uma doença altamente contagiosa e muitas vezes fatal, cujo vírus pode se manifestar em diversas variantes. Sua descoberta é recente, datando de 1976, quando dois surtos foram descobertos na África, no Sudão do Sul e no antigo Zaire (atual Congo), perto de um rio chamado Ebola (daí o nome da doença). Hoje, há defesas contra o ebola, seguindo as medidas corretas de proteção, mas acima de tudo, graças às vacinas. Mas isto não deve reduzir o nível de atenção. O exemplo mais importante hoje é a situação na África central, onde já se somam cerca de 2.000 em um ano.

Emergência de saúde

No último dia 17 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tomou a decisão de declarar a epidemia de Ebola uma emergência internacional de saúde. Desde que o vírus reapareceu em agosto de 2018 nesta área da África já atingida no passado por epidemias desse tipo, ocorreram milhares de mortes e infecções. Até o momento, de acordo com estimativas fornecidas pela OMS, o número de pessoas infectadas na República Democrática do Congo era de 2.671, enquanto os mortos eram 1.790.

O que fez com que a OMS mudasse de ideia, já que há apenas um mês se manifestou contrária à declaração de emergência sanitária internacional, foi a recente ‘invasão’ do vírus em Goma, uma cidade no Congo que, com cerca de dois milhões de habitantes, é a maior cidade até agora afetada pela epidemia desde que começou. Mas a partir deste centro, onde milhares e milhares de pessoas viajam todos os dias cruzando a fronteira com Ruanda, o Ebola também chegou à cidade de Beni, a cerca de 500 quilômetros de distância, onde nas últimas três semanas foram registrados 46% dos casos. E, desde o dia 13 de junho passado, o vírus também chegou em Uganda, onde uma mulher infectada de 50 anos morreu, um dia após a morte de seu neto de cinco anos de idade. Sinais que confirmam, 11 meses após o início da propagação da epidemia, o fracasso das muitas tentativas de conter o vírus.

Com base em todos esses dados, mas também nos ataques preocupantes aos trabalhadores de saúde que ocorreram nos últimos meses, o Comitê de Emergência criado pelo Regulamento Sanitário Internacional da OMS declarou uma emergência internacional de saúde. Esta ação não não obriga legalmente os Estados envolvidos a tomar medidas específicas, mas representa uma condição extraordinária que implica em certas limitações sociais, comerciais e de saúde. No caso do Congo, alguns limites foram introduzidos no que diz respeito a restrições de viagens e comerciais. De fato, esta área da África é uma área central de comércio (em Goma há um importante aeroporto internacional). O alarme lançado pela OMS prevê a colaboração e coordenação em nível local entre os vários países envolvidos, mas também a mobilização internacional para combater o fenômeno (incluindo a distribuição de uma nova vacina, novos investimentos e maior mobilização das forças de segurança). Compromissos que, no entanto, se chocam com uma realidade complexa. A República Democrática do Congo, na verdade, é um território altamente instável do ponto de vista político sobre o qual pesa o tratamento dado à saúde pública, além dos muitos anos de conflitos e violência interna e a crise humanitária que há muito caracterizou a região e países fronteiriços como Uganda e Sudão do Sul.

Acesse a página da OMS sobre o Ebola (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Pádua (em italiano).

Fonte: Francesca Forzan, Universidade de Pádua. Imagem: Pixabay.

 

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