Notícia
Cientistas estão mais perto de encontrar a célula de origem do câncer de ovário
Pesquisadores usaram nova técnica para identificar seis tipos de células anteriormente desconhecidos nas trompas de Falópio humanas, abrindo caminho para a identificação e tratamento mais rápidos do câncer de ovário
Yale Rosen, Wikimedia Commons
Fonte
Universidade de Oxford
Data
sexta-feira, 21 fevereiro 2020 15:55
Áreas
Biologia Celular e Molecular. Oncologia. Saúde da Mulher.
Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, estão mais perto de encontrar a célula que dá origem ao câncer de ovário e de seu objetivo final, que é desenvolver uma ferramenta de triagem da doença.
O câncer de ovário é o sexto câncer mais comum em mulheres, com cerca de 7.500 novos casos diagnosticados no Reino Unido a cada ano. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que, para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 6.650 novos casos de câncer de ovário, com um risco estimado de 6,18 casos a cada 100 mil mulheres. Atualmente, apenas 35% dos pacientes na Inglaterra viverão 5 anos após o diagnóstico. Menos de 1 em cada 3 pacientes na Inglaterra é diagnosticado no estágio 1, onde as taxas de sobrevivência são de quase 95%. O desenvolvimento de ferramentas de rastreamento transformou as taxas de sobrevivência de outros tipos de câncer, como o câncer de colo do útero e de mama.
A nova técnica é chamada “sequenciamento de RNA de célula única”. São examinadas todas as moléculas de RNA em uma célula, enquanto a técnica tradicional só pode olhar para um grupo de células por vez. Neste estudo, os pesquisadores usaram o sequenciamento unicelular para examinar o RNA em células normais individuais da camada interna (epitélio) das trompas de Falópio, que transportam óvulos dos ovários para o útero e onde se inicia a grande maioria de casos de câncer de ovário. Ao fazer isso, os cientistas foram capazes de identificar novos subtipos de células normais das trompas de Falópio.
Surpreendentemente, as “impressões digitais” moleculares desses subtipos de células foram espelhadas em cânceres ovarianos individuais. Os cientistas descobriram que o sequenciamento de células únicas da trompa de Falópio normal pode identificar um grupo específico de pacientes com câncer de ovário que tem chance menor de sobreviver à doença e não se beneficiariam dos tratamentos atuais. Concentrar-se em novos tratamentos para esse grupo específico de pacientes será uma maneira importante de melhorar as taxas gerais de sobrevivência.
O professor Dr. Ahmed Ashour Ahmed, diretor do laboratório de células cancerígenas do ovário no Instituto de Medicina Molecular da Universidade de Oxford, explicou: ‘Identificar o tipo de células cancerígenas é um passo inicial importante na escolha de quais medicamentos e tratamentos usar, porque diferentes tipos de células respondem diferentemente ao tratamento. Nosso novo classificador de tumores deve nos fornecer previsões muito mais precisas para o resultado da doença em pacientes, além de nos ajudar a desenvolver terapias direcionadas para cada tipo de câncer”.
A doutoranda Zhiyuan Hu, primeira autora do artigo, completou: ‘A descoberta de novos tipos de células lança nova luz sobre a complexidade dos cânceres de ovário. Esta pesquisa deve nos levar um passo mais perto da identificação da célula de origem do câncer de ovário e do desenvolvimento de uma nova ferramenta para a triagem. Também abre as portas para pesquisas semelhantes para outros tipos de câncer”.
Os resultados do estudo foram publicado na revista científica Cancer Cell.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).
Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Adenocarcinoma ovariano metastático. Fonte: Yale Rosen, Wikimedia Commons.
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