Destaque

Novo biomarcador pode prever quais pacientes com câncer de pâncreas respondem à imunoterapia com CD40

Fonte

Universidade da Pensilvânia

Data

quinta-feira. 18 fevereiro 2021 18:50

A inflamação no sangue pode servir como um novo biomarcador para ajudar a identificar pacientes com câncer de pâncreas avançado que não respondem aos medicamentos estimuladores da imunidade conhecidos como agonistas de CD40, sugere um novo estudo realizado por pesquisadores do Centro de Câncer da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica JCI Insight.

Sabe-se que o câncer pancreático pode causar inflamação sistêmica, que é facilmente detectável no sangue. A equipe descobriu que os pacientes com inflamação sistêmica tiveram taxas de sobrevida global piores do que os pacientes sem inflamação quando tratados com um agonista de CD40 e com a quimioterapia gencitabina.

O objetivo dos agonistas de CD40 é ajudar o sistema imunológico, ativando as células apresentadoras de antígenos, como as células dendríticas, para “preparar” as células T e aumentar a atividade antitumoral de macrófagos. No entanto, as abordagens de combinação de agonista de CD40 apenas reduzem os tumores em um pouco mais da metade dos pacientes, conforme mostraram estudos anteriores. Identificar a inflamação sistêmica como um mecanismo de resistência pode ajudar a orientar as decisões de tratamento e estudos futuros, bem como oferecer novos alvos para os pesquisadores explorarem.

“O CD40 é um alvo realmente animador, especialmente no câncer pancreático, onde os anticorpos monoclonais agonísticos se mostraram muito promissores, mas sabemos que esses agonistas ainda enfrentam obstáculos em certos pacientes que apresentam enfraquecimento dos efeitos pretendidos da droga”, disse o autor Dr. Max M. Wattenberg, atuor principal do estudo e professor de Medicina na divisão de Hematologia-Oncologia da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia. “Acreditamos que não apenas identificamos um biomarcador potencialmente robusto, mas também atores importantes no sistema imunológico que não víamos antes que podem conduzir a mecanismos de resistência”.

O adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) é o tipo mais comum de câncer pancreático e atualmente a terceira principal causa de mortes por câncer nos Estados Unidos. Apesar do fato de que representa apenas cerca de 3% dos novos casos de câncer, é responsável por mais de 7% de todas as mortes por câncer, e apenas 10% dos pacientes sobrevivem cinco anos com a doença.

Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de 22 pacientes com PDAC para obter informações sobre os mecanismos imunológicos em curso após o tratamento com quimioimunoterapia. A equipe observou uma depleção de células B, monócitos e células dendríticas, bem como ativação de células T CD4 + ao longo de oito dias na maioria dos pacientes. Surpreendentemente, um olhar mais atento não revelou nenhuma evidência consistente de ativação de células CD8 + e nenhuma associação entre a ativação de células T e os resultados. Essas descobertas desafiam estudos pré-clínicos que sugeriram que a ativação de células T provocada por agonistas de CD40 estaria associada aos resultados.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade da Pensilvânia (em inglês).

Fonte: Steve Graff, Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia.

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