Notícia
Pesquisadores da UFC iniciam estudos com medicamentos que podem inibir a replicação do vírus da COVID-19 em células humanas
Aplicações dos testes serão feitas em forma de xarope
Towfiqu barbhuiya via Unsplash
Fonte
UFC | Universidade Federal do Ceará
Data
quarta-feira, 12 janeiro 2022 12:20
Áreas
Biomedicina. Doenças Infecciosas. Estudo Clínico. Farmacologia. Saúde Pública.
O Núcleo de Biomedicina (NUBIMED), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), iniciou novos estudos com medicamentos que podem inibir a replicação do vírus da COVID-19 em células humanas.
Com conclusão prevista para maio deste ano, o projeto começou a selecionar pacientes na segunda quinzena de dezembro, que se submeterão a um protocolo utilizando N-acetilcisteína (NAC) e bromexina, fármacos que já são usados e aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso clínico no Brasil.
Feito em parceria com outras instituições cearenses e paulistas, o projeto foi aprovado na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa no ano passado e, logo em seguida, foi desenvolvido o treinamento na equipe de pesquisa, que iniciou o recrutamento de pacientes com síndrome gripal leve e moderada.
Conforme o professor Dr. Aldo Ângelo Lima, coordenador do NUBIMED e pesquisador principal do estudo, o projeto está sendo realizado principalmente na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Cristo Redentor, em Fortaleza. Somente na semana passada, foram selecionados cerca de 100 pacientes, de um total que chegará a 300, incluindo pessoas de 18 a 60 anos. “Atualmente, com a alta demanda de pacientes com síndrome gripal leve e moderada, estamos com as atividades bastante intensas no atendimento desses pacientes, aplicando o protocolo do estudo”, informou o professor.
Estudos científicos já divulgados apontaram a eficácia do NAC em inibir a replicação do vírus da gripe humana, além de outros, como o da aids (HIV) e o vírus sincicial respiratório (vírus que afeta a respiração de bebês e crianças pequenas).
O pesquisador explica que a hipótese a ser testada é que o fármaco tenha a mesma ação no vírus da COVID-19. “Assim, o NAC pode servir como medicamento de primeira linha para o SARS-CoV-2”, apontou o professor Aldo Lima. Segundo ele, já existem resultados recentes apresentando a ação inibitória do medicamento no crescimento do SARS-CoV-2 em testes realizados in vitro (ambiente controlado e fechado de laboratório).
Já a bromexina aparenta ser um medicamento capaz de interferir na ação de ligação do SARS-CoV-2 com a célula do hospedeiro. Dados recentes de pesquisadores envolvidos no projeto mostram, através também de pesquisas in vitro, que a substância conseguiu inibir a replicação do vírus.
“Como a bromexina e o NAC são fármacos já usados e aprovados pela Anvisa para uso clínico no Brasil, levantamos a hipótese de uso isolado do NAC e a combinação do NAC com a bromexina, para proporcionar benefício no manejo da COVID-19, ao reduzir a duração no tempo da doença leve a moderada”, explicou o coordenador do NUBIMED.
Protocolo
Dessa forma, os 300 pacientes a serem testados estarão divididos em três grupos, cada um com 100 pessoas, que seguirão o protocolo estabelecido por 10 dias. Em um deles, os voluntários receberão uma dose de 1.800 mg por dia do NAC; no outro, a mesma dose do NAC será aplicada em combinação com 32 mg por dia de bromexina e, por fim, o terceiro grupo receberá um placebo, definido como uma dose diária de 500 mg de vitamina C. Todas as aplicações serão feitas em forma de xarope, sem que os pacientes saibam qual substância estão tomando.
Acesse a notícia completa na página da UFC.
Fonte: Universidade Federal do Ceará. Imagem: Towfiqu barbhuiya via Unsplash.
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