Notícia
Marcadores epigenéticos podem predizer complicações em pacientes com diabetes tipo 2
Marcadores epigenéticos estão associados a diferentes riscos de desenvolver complicações comuns no diabetes tipo 2, como acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e doença renal
Kennet Ruona, Universidade Lund
Fonte
Universidade Lund
Data
domingo, 29 maio 2022 12:30
Áreas
Bioinformática. Biomarcadores. Bioquímica. Doenças Metabólicas. Endocrinologia. Genoma. Saúde Pública.
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade Lund, na Suécia, apoia a noção de que pacientes com diabetes tipo 2 devem ser divididos em subgrupos e receber tratamento individualizado. O estudo demonstrou que existem diferenças epigenéticas distintas entre diferentes grupos de pacientes com diabetes tipo 2. Os marcadores epigenéticos também estão associados a diferentes riscos de desenvolver complicações comuns no diabetes tipo 2, como acidente vascular cerebral, ataque cardíaco e doença renal.
“Mostramos que existem diferenças epigenéticas distintas entre subgrupos de pacientes com diabetes tipo 2. Os marcadores epigenéticos estão associados a diferentes riscos de desenvolver complicações comuns no diabetes, como ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença renal”, disse a Dra. Charlotte Ling, professora de Diabetes e Epigenética da Universidade Lund e principal autora do estudo, publicado na revista científica Diabetes Care.
Um estudo realizado por pesquisadores do Centro de Diabetes da Universidade Lund (LUDC) e publicado em 2018 demonstrou que é possível dividir o diabetes tipo 1 e o diabetes tipo 2 em cinco subgrupos. Em novembro de 2021, os mesmos autores publicaram um novo estudo que destacou diferenças genéticas entre os quatro subgrupos de diabetes tipo 2, sugerindo diferentes causas da doença.
O último estudo da Dra. Charlotte Ling, pesquisadora do LUDC, e seus colegas mostrou que também existem diferenças epigenéticas entre os quatro subgrupos de diabetes tipo 2. Os marcadores epigenéticos podem ser desenvolvidos para prever complicações comuns do diabetes tipo 2, o que permitiria tratamentos personalizados dos pacientes.
“Muitos pacientes com diabetes tipo 2 recebem tratamentos padrão pelo sistema de saúde, mas evidências crescentes sugerem que esses pacientes precisam de tratamentos personalizados. Nosso novo estudo aumenta a base de evidências de que é clinicamente relevante classificar pacientes com diabetes tipo 2 em subgrupos para permitir tratamentos mais personalizados”, disse a Dra. Charlotte Ling.
O novo estudo abrange 533 indivíduos recentemente diagnosticados com diabetes tipo 2 de duas coortes de base populacional na Suécia. Os autores mediram as metilações do DNA no sangue em 800.000 locais no genoma de todos os participantes. A metilação do DNA é um processo químico através do qual os grupos metil se ligam à molécula de DNA, afetando a função dos genes. Os pesquisadores descobriram que os quatro subgrupos tinham diferentes níveis de metilação do DNA em 4.465 locais.
Os resultados foram usados para desenvolver escores de risco epigenético para prever complicações comuns do diabetes tipo 2. Marcadores epigenéticos associados a dois dos subgrupos podem prever um risco aumentado de desenvolver ataque cardíaco, acidente vascular cerebral e doença renal.
“O ataque cardíaco e o acidente vascular cerebral são responsáveis pela maioria das mortes entre os pacientes com diabetes tipo 2. A doença renal causa muito sofrimento e é muito onerosa para a sociedade, pois muitos pacientes necessitam de tratamento dialítico. Um biomarcador epigenético que possa prever complicações em um estágio inicial permitiria possíveis ações preventivas”, disse a Dra. Charlotte Ling.
Os autores precisarão verificar seus resultados em outras coortes de base populacional. Eles também planejam estudar a metilação do DNA em tecidos de, por exemplo, músculo, tecido adiposo, fígado e pâncreas dos quatro subgrupos com diabetes tipo 2.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Lund (em inglês).
Fonte: Universidade Lund. Imagem: Dra. Charlotte Ling. Fonte: Kennet Ruona, Universidade Lund.
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