Notícia

Descoberta de ambiente ácido aumenta esperança de melhores imunoterapias

Fonte

Universidade de Dundee

Data

quinta-feira, 8 dezembro 2022 11:10

Áreas

Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Imunologia. Imunoterapia. Microbiologia. Oncologia. Saúde Pública.

Os tumores têm um ambiente mais ácido (pH 6,5) do que tecidos saudáveis normais (pH 7,2). Recentemente, uma nova pesquisa, liderada pelo Dr. Ignacio Moraga, da Escola de Ciências da Vida da Universidade de Dundee, no Reino Unido, ao lado de colegas da Universidade de Lille, na França, e da Universidade de Cambridge, também no Reino Unido, mostrou pela primeira vez que essa acidez bloqueia as atividades das citocinas. Estas são proteínas críticas para a montagem de respostas antitumorais potentes e usadas em imunoterapia para ativar ou aumentar a resposta do corpo.

Além disso, os pesquisadores usaram a engenharia de proteínas para projetar novas citocinas que podem suportar a acidez encontrada no ambiente do tumor, levando a respostas antitumorais mais eficazes. Também não há toxicidade sistêmica detectável, algo associado à maioria das terapias atuais baseadas em citocinas.

O estudo foi publicado na revista Science Immunology.

O Dr. Moraga explicou: “Em seu nível mais básico, nossa pesquisa mostra que os tumores são muito ácidos e isso impede que a resposta imune desencadeada pelas citocinas os mate. Os tratamentos tumorais evoluíram muito nos últimos 20 anos, mas grande parte dos pacientes ainda não responde à imunoterapia”.

“Altas doses de um tipo de citocina chamada IL-2 são usadas na clínica para tratar o câncer e nossa descoberta ajuda a explicar por que esse tratamento não funciona para a maioria das pessoas. A IL-2 é uma citocina muito potente para conduzir a ativação de células T, que são críticas para eliminar tumores, mas também é muito sensível ao ambiente ácido. Em seguida, analisamos diferentes abordagens para contornar essa limitação e usamos a engenharia de proteínas para manipular a maneira como as citocinas reagem no ambiente ácido. Isso nos permitiu projetar novas citocinas que podem ativar células T e promover respostas antitumorais muito potentes”, continuou o pesquisador.

As citocinas são pequenas proteínas solúveis que regulam as funções celulares essenciais para a fisiologia e a resposta do hospedeiro à infecção e ao câncer. No entanto, sua biologia muito complexa tem dificultado sua tradução para a clínica. A maioria das terapias com citocinas resultou em baixa eficácia e alta toxicidade.

O Dr. Moraga disse que ele e seus colegas estão ansiosos para promover o desenvolvimento dessas novas citocinas seletivas de pH e esperam entrar nos primeiros ensaios clínicos dentro de alguns anos.

“Tendo manipulado a sensibilidade da IL-2 para aumentar as respostas antitumorais e diminuir a toxicidade, o objetivo é poder usar esse mutante para tratar pacientes humanos com diferentes tipos de câncer. Esperamos poder melhorar maciçamente as terapias atuais e salvar vidas”, concluiu o Dr. Ignacio Moraga.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).

Fonte: Grant Hill, Universidade de Dundee. Imagem: modelo 3D de citocinas, que são importantes na sinalização celular. Fonte: scientificanimations.com via Wikimedia Commons.

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