Notícia

Adesão à medicação pós AVC é crítica para a sobrevivência em longo prazo

Ponto forte do estudo foi o uso de uma técnica estatística chamada de modelos de spline cúbico restrito, que permitiu aos pesquisadores examinar as mudanças no risco de mortalidade em todo o continuum da adesão à medicação

Matthias Zomer via Pexels

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 27 setembro 2021 10:15

Áreas

Saúde Pública.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, destacou a importância da medicação contínua para os sobreviventes do primeiro derrame ou ataque isquêmico transitório (TIA): os novos dados reforçam as ligações de longo prazo com a sobrevivência.

Na Austrália, alguém sofre um derrame a cada 19 minutos e esta é uma das maiores causas de morte no país e no mundo. Além disso, espera-se que quase metade de todos os sobreviventes de um acidente vascular cerebral (AVC) tenha um evento cardiovascular recorrente dentro de 10 anos. Medicamentos específicos ajudam a prevenir esse risco de longo prazo, mas a adesão a esses agentes costuma ser abaixo do ideal entre os pacientes.

O estudo, publicado na revista científica Stroke, demonstrou a importância da adesão à medicação pós AVC para maximizar a sobrevida, mesmo para pacientes com adesão à medicação quase perfeita. Essas descobertas apoiam iniciativas direcionadas para maximizar a adesão à medicação pós AVC/TIA, como implementação de sistemas de lembrete de medicação, tecnologias móveis de saúde, maior acompanhamento por médicos ou programas de mudança de comportamento.

O estudo foi realizado usando dados vinculados do Australian Stroke Clinical Registry, Pharmaceutical Benefits Scheme, Medicare Benefits Schedule e National Death Index.

A coorte incluiu 8.363 pacientes adultos que sobreviveram a um primeiro AVC ou TIA entre julho de 2010 e junho de 2014, com acompanhamento por mais três anos. Para pacientes com adesão em um ano acima de 60%, cada melhoria de 10% na adesão foi associada a uma redução de 13% a 15% no risco de mortalidade. Esta nova evidência sugere que uma meta de adesão arbitrária de 80% pode ser inadequada, uma vez que os benefícios máximos de sobrevivência foram observados com quase de 100% de adesão.

Um ponto forte do estudo foi o uso de uma técnica estatística chamada de modelos de spline cúbico restrito, que permitiu aos pesquisadores examinar as mudanças no risco de mortalidade em todo o continuum da adesão à medicação. Esta técnica forneceu estimativas mais precisas sobre a relação entre adesão à medicação e mortalidade pós-AVC do que estudos anteriores.

A Dra. Monique Kilkenny, autora principal do estudo e chefe do programa National Stroke Data Linkage da Universidade Monash, disse que há vários fatores associados a uma maior chance de uso contínuo de medicamentos de prevenção secundária: fornecimento de medicamentos na alta hospitalar, contato regular com um médico de atenção primária e contato de um médico especialista.

“Essas descobertas representam implicações importantes para a prática, destacando o valor dos esforços para melhorar a adesão à medicação pós-AVC/TIA, mesmo entre pacientes com adesão quase perfeita”, disse a professora Monique Kilkenny.

“Nossos resultados fornecem evidências em apoio a iniciativas direcionadas para maximizar a adesão à medicação após AVC/TIA e há um espaço considerável para novas intervenções para melhorar a adesão à medicação na Austrália”, concluiu a pesquisadora.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Monash (em inglês).

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Matthias Zomer via Pexels.

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