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Batalha contra superbactérias: descoberta propõe antibióticos que mudam de forma

A resistência aos antibióticos é uma das maiores ameaças à saúde humana, mas uma nova descoberta pode ajudar na guerra contra as superbactérias, potencialmente salvando milhões de vidas

NIAID/NIH via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Adelaide

Data

quinta-feira, 27 abril 2023 10:05

Áreas

Bacteriologia. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Doenças Infecciosas. Farmacologia. Imunologia. Microbiologia. Química Medicinal. Saúde Pública.

Pesquisadores da Universidade de Adelaide, na Austrália, estiveram envolvidos em um estudo colaborativo com o Dr. John Moses, pesquisador do Cold Spring Harbor Laboratory, nos Estados Unidos, investigando maneiras de modificar os antibióticos existentes para que possam ser mais eficazes contra bactérias resistentes a medicamentos.

“Todos nós recebemos um antibiótico em algum momento de nossas vidas, seja para tratar uma infecção sinusal ou uma infecção de pele. O problema é que o uso excessivo de antibióticos permitiu que as bactérias desenvolvessem resistência aos efeitos de nossos antibióticos atuais”, disse a Dra. Tatiana Soares da Costa, coautora sênior do estudo e pesquisadora do Waite Research Institute da Universidade de Adelaide. “Se não agirmos agora, logo ficaremos sem opções de antibióticos para tratar até mesmo as infecções mais simples.”

Em uma tentativa de encontrar uma solução potencial para esta iminente crise global de saúde, os cientistas usaram uma nova técnica pela primeira vez para modificar com sucesso um antibiótico existente chamado vancomicina, que é frequentemente usado como último recurso para infecções bacterianas graves.

“Ao usar a ‘química do clique’ – um conjunto de reações químicas que unem os blocos de construção moleculares e que rendeu o Prêmio Nobel em Química de 2022– a equipe do professor Moses conseguiu conectar duas moléculas do antibiótico vancomicina com um núcleo flexível que muda de forma, o que significa que as novas moléculas podem se adaptar à forma como interagem com as bactérias”, disse a Dra. Jessica Wyllie, primeira autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Adelaide.

“Nossa equipe da Universidade de Adelaide testou essas moléculas e mostrou que elas representam um antibiótico mais forte, capaz de matar bactérias inicialmente resistentes à vancomicina. Na verdade, descobrimos que as bactérias eram menos propensas a desenvolver resistência a essas moléculas, então deveríamos poder usar esse antibiótico por mais tempo para tratar infecções bacterianas”, disse a pesquisadora.

Até 2050, prevê-se que bactérias resistentes a medicamentos causem mais de 10 milhões de mortes por ano em todo o mundo. O rápido surgimento de bactérias resistentes a medicamentos foi classificado como uma das 10 principais ameaças globais à saúde pública pela Organização Mundial da Saúde.

Embora a reengenharia seja uma abordagem de longa data para o desenvolvimento de antibióticos, esta é a primeira vez que um núcleo que muda de forma é usado para produzir novos antibióticos e representa um grande passo na batalha contra as superbactérias.

“Este estudo mostra que a reengenharia de nosso atual arsenal de antibióticos é uma abordagem viável para acelerar o desenvolvimento de melhores antibióticos para o mercado, potencialmente salvando milhões de vidas”, destacou a Dra. Tatiana Soares da Costa.

O estudo foi conduzido por cientistas da Universidade de Adelaide e do Cold Spring Harbor Laboratory, bem como por pesquisadores da Universidade La Trobe e da Universidade de Newcastle, na Austrália, e da Universidade de Nottingham e Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Os resultados foram publicados na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Adelaide (em inglês).

Fonte: Jessica Stanley, Universidade de Adelaide. Imagem: Micrografia eletrônica de varredura colorida mostrando a superbactéria Klebsiella pneumoniae interagindo com um neutrófilo humano. Fonte: NIAID/NIH via Wikimedia Commons.

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