Notícia

Biópsia líquida – o próximo passo na detecção e monitoramento do câncer

Pesquisadores estão desenvolvendo abordagens mais seguras e menos invasivas para biópsia de tumores

Dr. John Lock e Dra. Therese Becker, UNSW

Fonte

UNSW | Universidade de Nova Gales do Sul

Data

segunda-feira, 5 dezembro 2022 06:00

Áreas

Análises Clínicas. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Hematologia. Medicina de Precisão. Microbiologia. Oncologia. Saúde Pública.

A informação de que uma pessoa tem um tumor já é bastante desafiadora, sem falar os intermináveis tratamentos e procedimentos médicos que se seguem. Um desses procedimentos é a biópsia de um tumor sólido, que pode ser dolorosa, invasiva e, às vezes, nem mesmo possível, dependendo da localização do tumor. Sem mencionar que, se a pessoa estiver em uma área regional ou rural, isso pode significar uma longa jornada até o hospital principal e até os médicos especialistas mais próximos.

“Se você está em uma área rural e precisa fazer uma biópsia, precisa viajar para um grande centro porque, essencialmente, o que está sendo feito é um procedimento invasivo”, disse o Dr. John Lock, pesquisador de câncer da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW) e do Ingham Institute for Applied Medical Research, na Austrália.

E se a pessoa pudesse obter as mesmas informações sobre o seu tumor com uma simples coleta de sangue? É aí que entra a biópsia líquida.

O que é uma biópsia líquida?

Hoje em dia, os médicos personalizam os tratamentos para o paciente e seu câncer específico, tanto quanto possível. Para isso, eles precisam entender a composição biomolecular do câncer e suas características para, então, adequar a melhor terapia personalizada.

A maioria das pessoas está familiarizada com a biópsia de tumor sólido para a análise biomolecular, que envolve remover cirurgicamente uma pequena parte do tumor e enviá-lo para um Laboratório de Patologia. Isso permite que seu médico entenda as características do tumor, por exemplo, o grau e os tipos de mutações genéticas, para informar o diagnóstico e o plano de tratamento.

Um teste alternativo é a biópsia líquida, que é realizada com sangue e outros fluidos corporais. Os cânceres liberam entidades como material genético (DNA) e células tumorais na corrente sanguínea, que são chamadas de DNA tumoral circulante (ctDNA) e células tumorais circulantes (CTCs).

“A biópsia líquida é um substituto para uma biópsia de tecido sólido”, disse a professora Dra. Therese Becker, que lidera a pesquisa de biópsia líquida no Ingham Institute for Applied Medical Research e no South West Sydney Clinical Campus da UNSW. “Ele fornece informações para melhor orientar o tratamento clínico dos pacientes.”

Acompanhamento da progressão do tumor

Os cânceres são incrivelmente complexos de tratar porque evoluem com o tempo e requerem novas abordagens terapêuticas. Não é viável realizar biópsias sólidas regularmente para rastrear a progressão de um câncer, principalmente se ele se espalhou para órgãos distantes ou ossos.

“Sabemos que um câncer muda. Uma pessoa é diagnosticada com câncer e, em seguida, é tratada com diferentes terapias. Um ou dois anos depois, o câncer dessa pessoa pode ter mudado drasticamente”, disse a professora Therese Becker. O Dr. John Lock acrescentou: “Se confiarmos em biópsias sólidas, perdemos a visibilidade de como o câncer mudou. Perdemos o seu rastro”.

A professora Therese Becker e o Dr. John Lock estão colaborando para desenvolver abordagens de biópsia líquida para monitorar o câncer de um paciente ao longo do tempo. Os médicos podem então usar as informações sobre o câncer para adaptar o plano de tratamento. Em sua pesquisa, os pesquisadores estão respondendo a perguntas como: como podemos distinguir facilmente as CTCs de outras células? E como podemos obter o máximo de informação possível de cada CTC?

Apesar dos benefícios, as biópsias líquidas ainda não são uma ferramenta clínica padrão na Austrália e em outros países do mundo. De acordo com a professora Therese Becker, existem várias barreiras a serem superadas antes que isso aconteça. Isso inclui refinar a tecnologia de biópsia líquida, coletar dados de ensaios clínicos em larga escala e garantir a adesão de médicos e pacientes. Os próximos anos serão críticos para mover as biópsias líquidas da bancada para a beira do leito.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).

Fonte: Maddie Massy-Westropp, UNSW. Imagem: células tumorais circulantes (coloridas de vermelho e roxo) isoladas de uma amostra de sangue. Fonte: Dr. John Lock e Dra. Therese Becker, UNSW.

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