Notícia

Câncer de mama: novo sistema em desenvolvimento para rastreamento usa ondas eletromagnéticas

Fonte

Instituto Superior Técnico de Lisboa

Data

segunda-feira, 16 dezembro 2019 11:50

Áreas

Diagnóstico. Oncologia. Saúde da Mulher.

A mamografia é o método de diagnóstico por imagens mais utilizado no rastreamento do câncer de mama. Contudo, este método de diagnóstico utiliza radiação ionizante, que pode danificar os tecidos e, assim, causar problemas de saúde em longo prazo. Como alternativa para complementar a informação da mamografia, os médicos recorrem a ultrassons ou ressonância magnética. Porém, há também alguns inconvenientes nestes exames, sendo que no caso dos ultrassons a grande queixa é o tempo que demora a ser efetuado e fato de os resultados dependerem significativamente do conhecimento do operador, podendo muitas vezes levar a diagnósticos errados. Por sua vez, a ressonância magnética permite ter acesso a imagens detalhadas de diagnóstico, mas tem alto custo e é demorada, o que pode inviabilizar a sua utilização no rastreamento do câncer em pessoas mais pobres.

Uma solução para estes problemas está sendo desenvolvida e testada no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, em Portugal. A pesquisa conquistou o prêmio Fraunhofer Portugal Challenge 2019.

Com base na radiação de micro-ondas, o novo sistema de imagiologia médica para o rastreio do câncer de mama é uma tecnologia que pode ser totalmente automatizada e que não causa problemas de saúde em longo prazo, além de ser mais confortável para os pacientes, uma vez que não requer qualquer contato com a mama. “Além disso, em casos em que os tecidos predominantes são glândulas mamárias ou fibroglandulares o contraste eletromagnético é mais favorável comparativamente à mamografia”, explica o Dr. João Felício, pesquisador envolvido no desenvolvimento da tecnologia.

“A ideia original [deste sistema] não partiu de mim, mas dos meus orientadores, os professores Carlos Fernandes do Técnico e o professor Jorge Costa do ISCTE-IUL quando me desafiaram a estudar a viabilidade da utilização de micro-ondas para detecção de câncer da mama”, explica o pesquisador. Anteriormente, ideia já tinha sido abordada por outros grupos de pesquisa que conseguiram alguns resultados preliminares. “O nosso objetivo foi aprofundar esta tecnologia, de modo a melhorar não só o conforto e higiene do exame, mas também a sua implementação prática e diminuir o tempo necessário para efetuar o exame”, explica o Dr. João Felício. Para tal, o pesquisador desenvolveu as componentes de hardware e software de modo a reconstruir uma imagem precisa da mama.

O sistema foi já testado exaustivamente em ambiente laboratorial, e segundo João Felício os resultados obtidos foram “muito positivos”. A equipa está agora finalizando um protótipo para realizar testes em pacientes. “Apenas nessa fase é que poderemos efetivamente tirar conclusões quanto à viabilidade desta tecnologia para o rastreio de câncer da mama”, sublinha o especialista. “Numa opinião meramente baseada nos resultados que temos obtido, acredito que as micro-ondas poderão ser utilizadas como modalidade de imagem médica complementar às atualmente existentes para detecção de câncer de mama”, conclui o Dr. João Felício.

Acesse a notícia completa na página do Instituto Superior Técnico de Lisboa.

Fonte: Instituto Superior Técnico de Lisboa. Imagem: Getty Images.

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