Notícia

Câncer e doenças cardíacas podem ser diagnosticados mais facilmente com novo teste rápido

Fonte

Imperial College de Londres

Data

sábado, 6 agosto 2022 06:20

Áreas

Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Biotecnologia. Diagnóstico. Genética. Hematologia. Microbiologia. Nanotecnologia. Oncologia. Saúde Pública.

Pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, desenvolveram um novo teste que pode diagnosticar doenças não infecciosas, como ataques cardíacos e câncer, mais rapidamente.

O novo teste funciona detectando biomarcadores, que já são usados em testes de doenças infecciosas como a COVID-19, onde a presença de genes SARS-CoV-2 indica a COVID-19. Existem também biomarcadores para doenças não infecciosas: por exemplo, o antígeno prostático específico (PSA) no sangue pode, às vezes, atuar como um biomarcador para indicar a presença de câncer de próstata.

Testes de diagnóstico baseados em RNA ou DNA geralmente exigem temperaturas controladas e envolvem várias etapas. O novo teste pode ser aplicado à temperatura ambiente em um processo simples. Os pesquisadores esperam que isso possa permitir diagnósticos mais rápidos e fáceis em ambientes cirúrgicos, bem como em clínicas com recursos limitados em países em desenvolvimento.

O novo teste, chamado CrisprZyme, foi desenvolvido por uma equipe de pesquisadores liderada pelo Imperial College de Londres, Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, e Max Delbrück Center for Molecular Medicine, na Alemanha. Eles dizem que o teste pode aumentar o acesso ao diagnóstico por biomarcadores. Os resultados dos estudos preliminares de laboratório do teste foram publicados na revista científica Nature Nanotechnology.

A Dra. Marta Broto, primeira autora do estudo e professora do Departamento de Materiais do Imperial College, explicou: “Além de potencialmente aumentar o acesso a diagnósticos nos países em desenvolvimento, essa tecnologia pode nos aproximar um pouco mais do diagnóstico personalizado em casa ou no consultório. Ao tornar os testes de diagnóstico clínico mais simples, poderemos fornecer aos médicos as ferramentas certas para testar durante uma cirurgia, em vez de ter que reagendar para análises de acompanhamento e exames de sangue”.

Inspirado em CRISPR

O teste CrisprZyme baseia-se nos testes de diagnóstico CRISPR, que usam RNA para detectar biomarcadores em fluidos biológicos como sangue ou urina. Em sua forma atual, esses testes detectam RNA e, em seguida, amplificam esse RNA criando muitas cópias para que o sinal seja mais fácil de ler.

No entanto, essas tecnologias de amplificação devem ter temperatura controlada para funcionar, o que requer equipamentos caros. Além disso, embora eles digam aos médicos se uma doença infecciosa está presente, eles não podem fornecer informações sobre quanto biomarcador está presente, o que é importante para monitorar doenças não infecciosas, como doenças cardíacas e câncer.

O CrisprZyme aprimora essa tecnologia substituindo o processo de amplificação pela análise colorimétrica – um método que determina a quantidade do biomarcador presente sem a necessidade de amplificação. Isso elimina a necessidade de controle de temperatura e etapas adicionais e também pode revelar quanto de um biomarcador está presente em uma amostra.

A Dra. Molly Stevens, autora sênior do estudo e professora do Departamento de Materiais e Bioengenharia do Imperial College de Londres, destacou: “Nosso teste, como outros, indica quando um biomarcador está presente, mas o CrisprZyme é um diagnóstico mais simples do que aqueles [testes] atualmente disponíveis. O que também o diferencia é que ele pode nos dizer quanto biomarcador está presente, o que pode nos ajudar não apenas no diagnóstico de uma doença, mas no monitoramento de seu progresso ao longo do tempo e em resposta ao tratamento.”

“Após mais desenvolvimento e testes em laboratório, esperamos que isso possa nos ajudar a nos aproximar da medicina personalizada, na qual o tratamento é adaptado mais especificamente às necessidades dos pacientes”, continuou a professora.

Usando nanoenzimas

Para eliminar a etapa de amplificação, os pesquisadores usaram nanoenzimas – pequenos materiais sintéticos que se comportam como enzimas. Sua atividade enzimática aumenta o sinal do teste tornando a análise colorimétrica mais fácil de ler.

A tecnologia não remove todas as etapas, pois a amostra ainda deve ser tratada com produtos químicos para extrair o biomarcador desejado antes de passar pelo teste. Os pesquisadores continuam a atualizar a tecnologia, estudando alternativas para o tratamento de amostras para torná-lo ainda mais fácil de usar.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Imperial College de Londres (em inglês).

Fonte: Caroline Brogan, Imperial College de Londres. Imagem: Getty Images.

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