Notícia
Cetamina produz grande variedade de respostas no cérebro
Apenas 65% dos pacientes tratados com cetamina respondem à terapia
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Fonte
Universidade Yale
Data
domingo, 21 abril 2024 12:15
Áreas
Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Envelhecimento. Farmacologia. Genética. Microbiologia. Neurociências. Psiquiatria. Saúde Pública.
Desde que pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, observaram pela primeira vez a capacidade do anestésico cetamina em melhorar drasticamente os sintomas em muitos pacientes com depressão resistente ao tratamento, há mais de duas décadas, o medicamento tem proporcionado uma nova e poderosa opção terapêutica para profissionais de saúde mental.
No entanto, apenas 65% dos pacientes tratados com cetamina respondem à terapia e um novo estudo liderado por Yale, publicado na revista científica eLife, ajuda a explicar o porquê.
Utilizando imagens de ressonância magnética funcional (fMRI), os pesquisadores descobriram que a cetamina produz uma variedade de padrões de resposta diferentes em cérebros de diferentes indivíduos, uma observação que desafia a suposição amplamente difundida de que os tratamentos para problemas de saúde mental produzem o mesmo efeito em todas as pessoas.
O estudo também descobriu que as diferentes formas como a cetamina afeta o cérebro podem estar relacionadas com padrões de expressão genética, uma descoberta que poderá um dia ajudar a prever quem tem maior probabilidade de responder ao tratamento com cetamina.
“Coletivamente, essas descobertas apoiam a possibilidade de desenvolvimento de biomarcadores farmacológicos individualmente precisos para seleção de tratamento em psiquiatria usando neuroimagem humana”, disse o Dr. Alan Anticevic, professor de Psiquiatria e de Psicologia em Yale e coautor sênior do estudo.
Para o estudo, a equipe de pesquisa – liderada pelos primeiros autores Jie Lisa Ji, doutoranda em Neurociência em Yale, e pela Dra. Flora Moujaes, pós-doutoranda no laboratório do professor Anticevic – analisou dados de fMRI de 40 indivíduos saudáveis que receberam um placebo seguido de uma injeção de cetamina. Os pesquisadores descobriram que a cetamina produziu uma variedade inesperada de respostas nos cérebros dos participantes: a cetamina produziu muito mais “assinaturas de conectividade funcional” individualmente distintas do que as observadas em estudos sobre os efeitos da psilocibina e do LSD.
A equipe também analisou um banco de dados de padrões de expressão genética no cérebro humano, que comparou aos padrões observados nas respostas à cetamina. A análise mostrou que os padrões de expressão genética dos interneurônios – células que modulam a atividade excitatória no cérebro – estavam fortemente alinhados com os efeitos da cetamina no cérebro humano.
Esta nova abordagem pode ser usada eventualmente para prever quem tem maior probabilidade de responder à terapia com cetamina, concluíram os pesquisadores.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).
Fonte: Bill Hathaway, Universidade Yale. Imagem: Freepik.
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