Notícia

Pesquisadores alertam para potencial de biomarcador na prevenção de doença cardiovascular

Medição da IL-6 na rotina clínica pode ajudar na estratificação de risco e funcionar como alvo terapêutico em pacientes com risco cardiovascular

jcomp via Freepik

Fonte

Universidade do Porto

Data

quinta-feira, 18 abril 2024 11:45

Áreas

Análises Clínicas. Biologia. Biomarcadores. Biomedicina. Bioquímica. Cardiologia. Diagnóstico. Hematologia. Microbiologia. Saúde Pública.

Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), em Portugal, alertou para o potencial benefício da interleucina-6 (IL-6) como biomarcador de diagnóstico e como alvo terapêutico em pacientes com risco cardiovascular.

Esta conclusão resulta de um trabalho baseado numa coorte do estudo MESA (Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis), com 6.814 adultos sem doença cardiovascular no início, seguidos ao longo de 15 anos. Os resultados foram publicados na revista científica Atherosclerosis.

Segundo os cientistas da FMUP, níveis mais elevados de interleucina-6, uma proteína medida num simples exame de sangue, têm uma relação mais forte com a ocorrência de doenças cardiovasculares e de morte por causa cardiovascular, quando se compara com os níveis de proteína C reativa de alta sensibilidade (PCRas).

“Este estudo sugere que medir ainterleucina-6 (IL-6) na rotina clínica poderá ajudar mais na estratificação de risco cardiovascular que a medição de proteína C reativa de alta sensibilidade (PCRas). Não menos importante é o potencial da IL-6 como alvo terapêutico, potencialmente com maior benefício em pessoas com níveis elevados deste biomarcador”, afirmou o Dr. João Pedro Ferreira, pesquisador da FMUP e um dos autores do estudo.

No entanto, “ao contrário do que acontece com a PCR, a interleucina-6 não é medida por rotina para determinar e estratificar o risco cardiovascular. Isto apesar de existir tecnologia que permite medir este biomarcador de inflamação com custos relativamente baixos”.

Os pesquisadores destacaram ainda que, no futuro, “a inibição direta da IL-6 poderá reduzir o risco cardiovascular, independentemente da redução de fatores de risco clássicos, como o colesterol, a pressão arterial e a coagulação”. Atualmente estão em andamento estudos que visam testar esta nova via.

A inflamação é um fator de risco cardiovascular conhecido, existindo vários ensaios clínicos que demonstram que certas terapias com potencial anti-inflamatório, que reduzam os níveis de interleucina-6 e de PCR, poderão diminuir a ocorrência de doença cardiovascular e morte.

Uma das explicações para a maior associação entre a interleucina-6 e a doença cardiovascular seria o fato de esta citocina ser produzida não só por células do sistema imune (monócitos, macrófagos), em resposta à inflamação, mas também por células do sistema cardiovascular. Além disso, a IL-6 estará implicada, por exemplo, na formação da placa de aterosclerose e no desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Cláudia Azevedo e Olga Magalhães, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Imagem: jcomp via Freepik.

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