Notícia

Cientistas usam células humanas e organelas não membranosas contra doenças oncológicas e neurológicas

Pesquisadores desenvolveram um algoritmo que pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de terapias para o tratamento e cura de doenças oncológicas e neurológicas, como a esclerose lateral amiotrófica

Pixabay

Fonte

Universidade de Pádua

Data

terça-feira, 22 dezembro 2020 06:45

Áreas

Doenças Neurológicas. Oncologia.

O grupo de pesquisa da Dra. Monika Fuxreiter, professora do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Pádua, na Itália, desenvolveu recentemente um algoritmo que pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de terapias para o tratamento e cura de doenças oncológicas e neurológicas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA) .

A pesquisa Widespread occurrence of the droplet state of proteins in the human proteome foi publicada na revista científica PNAS e contou com a colaboração do Center for Misfolding Diseases da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

As organelas que povoam a célula estão organizadas em uma estrutura subcelular facilmente reconhecível das demais por ser delimitada por uma membrana, que define a estrutura da organela, a protege e permite controlar a interação com o ambiente celular circundante. Recentemente, foi identificado que estruturas sem membrana – organelas não membranosas – também podem desempenhar funções biológicas importantes relacionadas ao processamento de DNA e resposta a condições de estresse celular, como deficiência de nutrientes ou ataque de patógenos. Se observadas dentro da célula, estas organelas não membranosas não aparecem como unidades definidas, mas como pequenas gotículas suspensas. Existem muitas razões hipotéticas para a falta de uma membrana: pode ser que suas funções envolvam trocas mais dinâmicas com o ambiente celular ou então que precisem ser ‘montadas’ e ‘desmontadas’ rapidamente.

Até agora, porém, não havia muita informação sobre por que as proteínas dão forma a essas organelas “líquidas”, nem quantas das proteínas humanas estão realmente envolvidas nesse fenômeno. A pesquisa inovadora da equipe da Universidade de Pádua mostrou que a maioria das proteínas humanas são capazes de dar origem a essas “gotículas” e que 40% delas podem dar origem a organelas não membranosas separadas da célula. Uma vez que muitos distúrbios neurológicos, como a esclerose lateral amiotrófica, e alguns tipos de tumores são causados ​​pelas proteínas que formam essas gotículas, uma previsão de seu comportamento ajudaria a identificar potenciais locais-alvo de drogas.

Essa informação certamente permite entender como a organização interna da célula é muito mais complexa do que se acreditava. O fenômeno das organelas não membranosas é muito mais difundido do que se pensava anteriormente e a aparência da célula muda rapidamente conforme as condições mudam, de modo a responder com mais eficácia a situações estressantes. Os pesquisadores também desenvolveram um algoritmo capaz de identificar as regiões das sequências de proteínas envolvidas nesses processos, abrindo novas perspectivas de pesquisas interessantes no campo farmacológico, tanto para o tratamento de doenças que envolvem essas organelas em células humanas quanto para o processamento de novos métodos de entrega de fármacos.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Pádua (em italiano).

Fonte: Universidade de Pádua. Imagem: Pixabay.

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