Notícia
Cientistas usam resíduos de plantas invasoras para desenvolver condicionador de cabelo amigo do ambiente
Em Portugal, pesquisadores pretendem criar condicionador de cabelo a partir de resíduos agroflorestais e de espécies invasoras
valuavitaly via Freepik
Fonte
Universidade de Coimbra
Data
segunda-feira, 17 abril 2023 06:15
Áreas
Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Cosmética. Engenharia Química. Indústria Farmacêutica. Microbiologia. Negócios. Química. Sustentabilidade.
O interesse dos consumidores por produtos mais ‘amigos do ambiente’ é cada vez maior e, consequentemente, a indústria está investindo em produções e métodos mais sustentáveis. Com foco nesta tendência, uma equipe de cientistas do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), em Portugal, está desenvolvendo um condicionador de cabelo a partir de resíduos agroflorestais e de espécies invasoras.
O projeto Lignin for hair “pretende preparar novos derivados catiônicos da lignina para serem usados como condicionadores nos produtos capilares e assim, constituírem uma melhor alternativa aos agentes tradicionais. A lignina será obtida por extração de materiais lignocelulósicos por via de procedimentos ambientalmente mais eficientes e sustentáveis”, explicou o Dr. Luís Alves, pesquisador do Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF) do DEQ da Universidade de Coimbra, acrescentando que a lignina, o segundo polímero mais abundante em materiais lignocelulósicos, como a madeira, serve como ‘cola’ de todos os constituintes desses materiais.
Apesar de se encontrar ainda em fase inicial, o projeto já apresenta alguns avanços positivos: “Já temos resultados relacionados com o processo de fracionamento com recurso a solventes de origem sustentável, baseado no conceito de economia circular, uma vez que um deles é obtido a partir da madeira”, revelou a equipe da Universidade de Coimbra.
No entanto, para chegar ao produto final será necessário “extrair e caracterizar a lignina a partir de resíduos agroflorestais ou de espécies invasoras explorando solventes com componentes de origem natural. Numa segunda fase, a lignina extraída será quimicamente modificada de modo a interagir com as fibras capilares e promover o efeito condicionador. Nesta modificação também serão priorizadas metodologias sustentáveis. Já a terceira fase será dedicada à avaliação da eficácia do produto”, descreveu a equipe da FCTUC.
Os pesquisadores acreditam que o produto “poderá ter um elevado impacto na indústria do cuidado capilar, uma vez que vai permitir a substituição de compostos produzidos a partir de matérias-primas não renováveis, como o petróleo, e outras obtidas a partir de matérias-primas necessárias à alimentação humana e animal, como o óleo palma», concluíram.
O Lignin for hair, projeto que terá a duração de 18 meses, é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) de Portugal e conta com a participação de pesquisadores da Universidade de Coimbra e da Universidade do Algarve.
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Coimbra.
Fonte: Sara Machado, FCTUC. Imagem: valuavitaly via Freepik.
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