Notícia
Colírio é esperança para portadores de retinopatia diabética
O fármaco, que tem potencial para tratar e prevenir a doença, deve chegar à população nos próximos anos
Divulgação, Inova Unicamp
Fonte
Jornal da Unicamp
Data
segunda-feira, 27 maio 2019 16:00
Áreas
Bioquímica. Desenvolvimento de Fármacos. Oftalmologia.
Atualmente, 13 milhões de brasileiros convivem com o diabetes, número que representa 6,9% da população do país, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Diabetes. Uma das complicações da doença é a chamada retinopatia diabética, que pode comprometer a visão de pacientes e, em estágios mais avançados, levar à perda total e irreversível da visão. O quadro é consequência de alterações neurais e vasculares na retina, ocasionadas pelo efeito da alta taxa glicêmica. Mas, se de um lado há a doença e seus desafios, de outro, pesquisadoras da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) e da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) podem ter a solução: um colírio que trata e previne a doença. A tecnologia deve chegar à população nos próximos anos.
Atualmente, já é possível encontrar outras opções terapêuticas para doença, como a fotocoagulação com laser, as injeções intravítreas e até mesmo cirurgias. Contudo, ao contrário da composição farmacêutica obtida na Universidade, todos estes métodos são invasivos, conforme destaca a pesquisadora Dra. Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, responsável pelos estudos. “A formulação farmacêutica contida no colírio permeia as barreiras oculares, carreando o princípio ativo até a retina. O colírio que desenvolvemos, por ser em apresentação tópica, não oferece riscos ao paciente”, conta a pesquisadora, que se afastou de suas funções na Unicamp para criar a SIGHT, braço de Pesquisa & Desenvolvimento da M. Lopes De Faria Oftamologistas Associados, empresa que licenciou, no ano passado e em caráter não-exclusivo, a tecnologia.
Amplamente noticiado em jornais e noticiários locais e nacionais, em 2016, a tecnologia despertou o interesse da população e de empresas e laboratórios farmacêuticos. A tecnologia, que conquistou recentemente também o Prêmio Empreenda Saúde, é um exemplo claro de como o investimento em pesquisa é capaz de gerar benefícios à sociedade.
Entretanto, Jacqueline destaca que a composição ainda se trata de uma tecnologia embrionária e que demanda desenvolvimento tecnológico complementar até se tornar, de fato, um produto e poder se utilizado em larga escala. “Apesar de várias grandes empresas da indústria farmacêutica terem mostrado interesse na tecnologia, o desenvolvimento de um novo colírio ainda é precoce e depende de novas pesquisas por parte das inventoras”, avalia a Dra. Jacqueline.
E foi aí que surgiu a ideia do licenciamento para sua própria empresa. “A ideia é que, após novas pesquisas e desenvolvimento tecnológico, grandes empresas farmacêuticas realizem os testes clínicos em humanos e a comercialização do colírio”, completa. Ou seja, a M. Lopes De Faria vai atuar no modelo B2B, Business to Business, fornecendo a tecnologia para que outra empresa passe a comercializá-la e levá-la até os pacientes. “Nosso cliente é a empresa e não o consumidor final”, ressalta.
Um dos desafios da pesquisa está na produção em maior escala para a indústria farmacêutica. “As pesquisas devem convergir para o uso de matérias primas de alto grau de pureza, estabilidade do produto, escalonamento da produção para testes em uma maior população de animais e, posteriormente, em humanos”,concluiu a professora Dra. Maria Helena Andrade Santana, da FEQ, e que também participou do desenvolvimento da composição.
Acesse a notícia completa no Jornal da Unicamp.
Fonte: Carolina Octaviano, Inova Unicamp. Imagem: Divulgação, Inova Unicamp.
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