Notícia

Componente da própolis verde tem maior potencial contra bactéria da cárie

Dependendo dos resultados de estudos de segurança, os componentes da própolis têm potencial para serem incorporados a enxaguantes bucais, por exemplo

Michel Stórquio Belmiro via Wikimedia Commons

Fonte

Jornal da USP

Data

sexta-feira, 1 dezembro 2023 18:05

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Farmacologia. Odontologia. Produtos Naturais. Química Medicinal. Saúde Pública.

Um estudo identificou substância da própolis verde com alto poder contra a Streptococcus mutans, bactéria causadora da cárie. Chamado plicatina-B, o componente da própolis brasileira se mostrou “pelo menos quatro vezes mais efetivo que o artepillin-C, o composto mais estudado até hoje”, comemorou a Dra. Tatiana Vieira, pesquisadora do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) .

A descoberta está descrita na tese Avaliação das atividades antibacteriana e antiparasitária de análogos prenilados do artepillin-C e estudo de suas reações de fragmentação em fase gasosa por espectrometria de massas sequencial apresentada por ela à FFCLRP-USP para obtenção do título de doutora. Na pesquisa, foram analisados e comparados componentes da própolis análogos ao artepillin-C em testes in vitro (laboratório) contra bactérias causadoras de esquistossomose e leishmaniose, além da cárie.

Como resultado, a pesquisa verificou que, apesar dos componentes da própolis não apresentarem tanta efetividade contra esquistossomose e leishmaniose, mostram muito potencial para aplicação odontológica, com destaque para dois compostos: plicatina-B e tetraidroplicatina-B. Mas o que chamou a atenção, avaliou a pesquisadora, foi a eficácia do plicatina-B sobre as bactérias da cárie. Segundo a Dra. Tatiana, há poucos estudos que reportam a ocorrência do plicatina-B em amostras de própolis, ao contrário do artepillin-C, que é o mais pesquisado. Assim, ter encontrado no plicatina-B efetividade quatro vezes maior que a do artepillin-C “contra Streptococcus mutans foi um resultado bastante interessante”, afirmou.

Encontrar uma substância capaz de combater a bactéria que causa a cárie dentária é uma boa notícia frente ao problema de saúde pública mundial que a doença representa. São cerca de 3,5 bilhões de pessoas sofrendo com doenças bucais em todo o mundo, a maior parte pela cárie, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que, em 2019, 34 milhões de adultos haviam perdido 13 dentes ou mais.

Mas a utilização desses compostos em tratamentos odontológicos ainda depende de outros estudos, como os de citotoxicidade, que avaliam sua relação com as células humanas, por exemplo, as células da boca. A Dra. Tatiana Vieira acredita que, dependendo desses resultados, os componentes da própolis estudados têm potencial para serem incorporados a enxaguantes bucais, por exemplo, “a um preço mais acessível, visto que a síntese dos compostos mais ativos, no caso o plicatina-B, é barata e rápida”, informou.

O grupo de pesquisa em que a Dra. Tatiana Vieira atua na USP vem trabalhando para otimizar processos de isolamento de substâncias como o plicatina-B e também de técnicas simples, rápidas, baratas e eficientes de sintetização desses compostos com atividades antibacterianas. O alecrim-do-campo, principal fonte da matéria-prima da própolis, é uma exclusividade brasileira, podendo viabilizar economicamente a aplicação, em outros produtos, dos compostos descobertos.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Felipe Faustino e Rita Stella, Jornal da USP. Imagem: Abelha operária (Apis mellifera) coletando própolis verde de alecrim-do-campo (Baccharis dracunculifolia). Fonte: Michel Stórquio Belmiro via Wikimedia Commons.

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