Notícia

Da caatinga para o mercado: tecnologia inovadora promete ação contra infecção

Invenção contém como ativo um insumo vegetal obtido das cascas do caule de ‘Commiphora leptophloeos, conhecida popularmente como imburana, uma espécie nativa da Caatinga e do Cerrado

Divulgação, UFRN

Fonte

UFRN | Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Data

quinta-feira, 5 janeiro 2023 12:50

Áreas

Biologia. Bioquímica. Biotecnologia. Desenvolvimento de Fármacos. Doenças Infecciosas. Farmacognosia. Farmacologia. Fitoterapia. Indústria Farmacêutica. Microbiologia. Química Medicinal. Toxicologia.

Uma formulação farmacêutica e cosmética inovadora, na forma de hidrogel, teve o pedido de patente depositado junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no mês de novembro por cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A invenção contém como ativo um insumo vegetal obtido das cascas do caule de Commiphora leptophloeos, conhecida popularmente como imburana, uma espécie nativa da Caatinga e do Cerrado, dois dos biomas brasileiros.

A Dra. Silvana Maria Zucolotto Langassner, coordenadora da equipe de pesquisadores, disse que o insumo ativo foi obtido a partir de um subproduto da espécie, visto que a madeira do caule é amplamente utilizada na indústria moveleira para a confecção de portas, janelas e móveis. A professora Silvana Zucolotto destacou que a nova tecnologia apresenta aplicação na área da saúde, mais especificamente no tratamento de infecções fúngicas causadas por fungos do gênero Candida.

“Nós testamos a formulação em modelos experimentais pré-clínicos in vitro de infecção causada por fungos do gênero Candida e in vivo em modelos de inflamação aguda tópica. Em ambos os casos, os testes apresentaram atividades antifúngicas e anti-inflamatórias satisfatórias, sendo notificada a inibição de células fúngicas isoladas de fluidos vaginais, como também na redução dos edemas locais. Além disso, os insumos se mostraram seguros com baixa citoxicidade”, explicou a professora do Departamento de Farmácia da UFRN. A cientista acrescentou que esse resultado ocorre também pois os insumos ativos usados foram desenvolvidos sem a adição de solventes tóxicos, obedecendo aos preceitos da química verde.

O fungo Candida se aloja comumente na área genital, provocando coceira, secreção e inflamação na região, com sintomas que remetem à infecção candidíase. Usualmente, o microrganismo vive normalmente no corpo sem causar danos, mas, em situações de desequilíbrio, aumenta a população e passa a ser danoso. Esses fungos gostam de ambientes quentes e úmidos, por isso se proliferam em pontos com dobras no corpo ou espaços do corpo que são mais propensos ao acúmulo de umidade.

Renato Dantas De Medeiros, autor da tese de doutorado que resultou na nova tecnologia, tendo participado da obtenção e desenvolvimento do insumo, desenvolvimento e caracterização da formulação e avaliação da atividade antifúngica, disse que o uso de plantas para o tratamento tópico de doenças vaginais, como a candidíase, e de distúrbios da pele se mostra altamente promissor, visto que apresentam potente efeito terapêutico, menos efeitos adversos e independência na produção da matéria-prima em território brasileiro, desde o cultivo até o produto que será comercializado.

Atualmente realizando estágio doutoral na Universidad Complutense de Madri, na Espanha, com bolsa pelo Programa Capes PrInt, Renato explicou que, em relação à composição de Commiphora leptophloeos, destaca-se a presença de metabólitos especializados, como ácidos fenólicos, flavonoides glicosilados e lignanas, substâncias relacionadas com as atividades terapêuticas da espécie. Especificamente a casca do caule da imburana é considerada um subproduto proveniente das indústrias moveleiras, logo, esse resíduo poderia ser reaproveitado como matéria-prima vegetal para o desenvolvimento de novos produtos de valor agregado, que podem ser empregados por indústrias farmacêuticas ou cosméticas.

Atualmente atuando como professora visitante sênior na Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, a professora Silvana Langassner ressaltou que o invento está em fase de protótipo, após a comprovação da ação antifúngica e anti-inflamatória, por meio de estudos pré-clínicos. O projeto de pesquisa está sendo desenvolvido no Laboratório de Farmacognosia, junto ao Grupo de Pesquisa em Produtos Naturais Bioativos (PNBio) da UFRN.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Fonte: Wilson Galvão, Agir/UFRN. Imagem: Renato mostra protótipo da formulação. Fonte: Divulgação, UFRN.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account