Notícia

Descoberta de células-tronco especiais pode ajudar no entendimento de tumores cancerígenos

Fonte

Universidade McMaster

Data

quinta-feira, 11 abril 2019 19:00

Áreas

Células-tronco. Oncologia.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, descobriu um subconjunto único de células dentro de células-tronco humanas que parece sinalizar como as células ao redor se desenvolverão e crescerão.

Espera-se que a descoberta dessas células “chefes”, denominadas células fundadoras pluripotentes humanas, juntamente com o processo de identificação das células, abra um novo canal de pesquisa visando uma melhor compreensão sobre o crescimento de tumores cancerígenos e como as células-tronco humanas tomam decisões sobre o que elas podem se tornar. Os resultados foram publicados na revista científica Cell.

“Nós encontramos uma população que parece ser ‘chefe’ de um ecossistema de células-tronco que é necessário para manter e cultivar todas as outras células”, disse o Dr. Mick Bhatia, diretor do Instituto de Pesquisa de Células-Tronco e Câncer e professor de bioquímica e ciências biomédicas na Universidade McMaster.

“Essa classe de células-tronco humanas pluripotentes tem um conjunto muito diferente de genes e, portanto, segue um conjunto diferente de regras e responde a diferentes tipos de sinais”, explica o especialista. As células-tronco pluripotentes humanas são consideradas células mestras e, com sua capacidade de se diferenciar em vários tipos de células, elas parecem estar no topo desse sistema de células-tronco.

A equipe do Dr. Bhatia passou mais de seis anos investigando o nível celular para examinar o que eles dizem ser células anteriormente negligenciadas que se formam nas bordas de colônias de células-tronco pluripotentes. Tendo caracterizado essas células, a equipe também observou que elas se formam nos estágios iniciais da reprogramação celular pluripotente de células adultas.

Ao entender e isolar essas células nas bordas usando uma ferramenta chamada análise de expressão genética de sequenciamento de RNA de célula única, os pesquisadores descobriram um subgrupo de células com características que as diferenciavam do ecossistema celular que as cercava.

A equipe da Universidade McMaster, junto com colaboradores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, da Universidade Monash, na Austrália, e do Hospital Mount Sinai, em Toronto, comparou as características das células humanas fundadoras pluripotentes com células-tronco de camundongos, mas não encontrou semelhanças. Eles, no entanto, encontraram o mesmo subconjunto de células fundadoras em células-tronco de macacos. “Fomos a diferentes espécies porque achamos que isso seria algo universal, mas ficamos chocados por não ter sido tão universal quanto pensávamos”, disse o Dr. Bhatia.

“Passamos muito tempo tentando provar isso como um fenômeno generalizável, mas acabou se tornando restrito a primatas. Isso pode ajudar a explicar as diferenças fundamentais na resposta a drogas com células-tronco em camundongos e humanos, e faz parte de nossos futuros testes ”.

A tecnologia usada pelos pesquisadores, em combinação com novas ferramentas e técnicas de mineração de dados, mostrou-se essencial para a descoberta da pesquisa. “O avanço tecnológico que nos permitiu essa compreensão foi essa técnica em que pudemos isolar células individuais da população e observar seu perfil genético”, conclui o Dr. Bhatia.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade McMaster (em inglês).

Fonte: Tina Depko, Universidade McMaster. Imagem: Divulgação, Universidade McMaster.

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