Notícia
Descoberta de moléculas é chave para futuros medicamentos contra coronavírus
Substâncias que se ligam à principal proteína do coronavírus poderão servir de guia para criação de medicamentos contra a COVID_19
RF._.studio via Pexels
Fonte
Jornal da USP
Data
quarta-feira, 4 agosto 2021 07:15
Áreas
Bioquímica. Doenças Infecciosas. Farmacologia. Saúde Pública.
Pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP) descobriram cinco moléculas que se ligam à principal proteína do coronavírus, a MPro, essencial para a atividade do vírus causador da COVID-19. Os estudos, realizados em laboratório com amostras reais, buscam entender como essas substâncias se ligam às proteínas e qual seu mecanismo de ação no vírus. Os resultados do estudo poderão servir de base para a futura criação de compostos contra o coronavírus, impedindo sua multiplicação, para serem usados em medicamentos.
“Nesse trabalho, nós buscamos compreender o processo pelo qual a principal proteína do vírus Sars-CoV-2, causador da COVID-19, atinge sua forma ativa”, explicou o biólogo André Godoy, do IFSC-USP, que integra o grupo de pesquisadores envolvidos no trabalho. “Fizemos isso com auxílio de métodos biofísicos associados à análise estrutural no acelerador de partículas Sirius, na linha de luz Manaca, localizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas, interior de São Paulo.”
O estudo focou a principal proteína do coronavírus, a Mpro. “Também chamada de 3CLpro, essa proteína é responsável por cortar a poliproteína do coronavírus em várias proteínas ativas. Esse processo é essencial para a atividade do vírus”, ressaltou o pesquisador.
Inicialmente, os pesquisadores procuraram identificar pequenas moléculas que se ligam a diversas regiões da proteína Mpro, incluindo seu sítio ativo. “Nossa ideia é que uma delas possa bloquear as funções dessa proteína, impedindo o vírus de completar seu ciclo”, explicou André Godoy.
Moléculas testadas
Para identificar substâncias que impedem o funcionamento do vírus, cerca de 10 mil moléculas foram testadas em amostras reais da proteína do vírus Sars-CoV-2. “Para isso, nós produzimos a proteína em suas diversas formas nos laboratórios do IFSC_USP, em São Carlos”, descreveu Godoy. “Em seguida, as análises das amostras são feitas no Sirius.”
O foco das análises era entender como e onde as substâncias se ligam na Mpro. “Ao todo, nós identificamos cinco moléculas que realizaram essa ligação”, ressalta o pesquisador do IFSC-USP, “e agora estamos fazendo análises para entender os efeitos na proteína e no vírus”.
De acordo com o biólogo, os compostos identificados no estudo servem como guias para compreender quais modos de ligação são aceitos pela Mpro. “Eles servem como guias para que possamos desenhar compostos mais eficientes contra o vírus, que, eventualmente, podem ser desenvolvidos em medicamentos”, concluiu André Godoy.
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Júlio Bernardes, Jornal da USP. Imagem: RF._.studio via Pexels.
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