Notícia
Descoberto gene que atrasa envelhecimento e aumenta a vida saudável
Pesquisadores testaram os efeitos do gene FOXM1 em modelos de camundongos e conseguiram aumentar a longevidade em 30%
Shutterstock
Fonte
i3S, Universidade do Porto
Data
quarta-feira, 25 maio 2022 11:55
Áreas
Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Envelhecimento. Fisiologia. Genética. Genoma. Microbiologia.
Uma equipe de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal, liderada pela Dra. Elsa Logarinho, publicou um artigo na revista científica Nature Aging onde são descritos os efeitos do gene FOXM1 em modelos de camundongo de envelhecimento prematuro (progeria) e de envelhecimento natural, demonstrando que a indução do gene não só melhora os danos existentes nos órgãos, como aumenta a longevidade em cerca de 30%. A descoberta foi destacada na capa da revista.
O envelhecimento é caracterizado por uma perda gradual das funções molecular, celular, tecidual e do organismo, o que representa um fator de risco para doenças crônicas e declínio da saúde em geral.
No novo estudo, a Dra. Elsa Logarinho avançou com estudos pré-clínicos em modelos animais de progeria e envelhecimento natural. O estudo forneceu um suporte in vivo para o desenvolvimento de terapias baseadas em FOXM1 para atrasar o envelhecimento. Esta abordagem, garantiu a pesquisadora, “representa uma intervenção unificada contra várias comorbilidades do envelhecimento e uma terapia eficaz para a progeria”.
A equipe de pesquisa do i3S já tinha descoberto que o envelhecimento de células da pele humana está intimamente relacionado com a repressão do gene FOXM1 ao longo da idade. O trabalho anterior, desenvolvido in vitro com modelos celulares, foi publicado na revista científica Nature Communications e descreveu como o aumento da expressão deste gene reverte as características de envelhecimento celular.
Continuando a pesquisa, os cientistas questionaram se a expressão deste gene, com amplo efeito em processos celulares, seria capaz de inibir o envelhecimento patológico e fisiológico de um organismo.
“Descobrimos que a indução cíclica de FOXM1 neutraliza o envelhecimento associado à repressão deste gene nos camundongos com progeria e idade avançada, o que resulta na atenuação de várias características do envelhecimento celular – incluindo instabilidade genômica, alterações epigenéticas e senescência”, explicou a Dra. Elsa Logarinho.
Os primeiros autores do artigo, o Dr. Rui Ribeiro e a Dra. Joana Macedo, adiantam que “o esquema de indução cíclica também melhorou as anomalias esqueléticas, a lipodistrofia (perda de gordura), a disfunção cardíaca e a aterosclerose da aorta nos camundongos com progeria Hutchison-Gilford”.
O estudo demonstrou ainda que a expressão do gene FOXM1 neutralizou características de envelhecimento natural da aorta e do músculo esquelético, restaurando sinais pró-inflamatórios e metabólicos dos tecidos normalmente associados a algumas intervenções de longevidade.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.
Fonte: Luísa Melo, i3S/Universidade do Porto. Imagem: Shutterstock.
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