Destaque
Banco de dados reúne aplicação de metalofármacos no tratamento de cânceres de pele
Um estudo recentemente publicado na revista científica Coordination Chemistry Reviews inovou com uma revisão sistemática para estudos de uma doença que acomete milhões de pessoas no mundo. O estudo propôs um banco de dados – que está disponível na plataforma Zenodo – com mais de mil entradas de metalofármacos que tem algum tipo de aplicação terapêutica estudada para tratamento do câncer de pele. Tudo isso dentro de uma plataforma aberta que pode ser complementada futuramente por outros estudiosos da área.
Esse levantamento, que é parte dos estudos iniciados no doutorado e que formam a área de pesquisa do Dr. Douglas Hideki Nakahata, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi realizado manualmente por três pesquisadores e tem a proposta de sistematizar o conhecimento sobre esse tipo de tratamento facilitando pensar novas estratégias de tratamento para essas doenças. “Com essa sistematização, cientistas da área têm um panorama dos trabalhos já existentes, o que facilita a busca por componentes que possam inovar o tratamento da doença”, explicou o professor.
Alternativas de tratamentos tópicos
Metalofármacos, como o nome sugere, são fármacos desenvolvidos à base de metais. Eles não são o tratamento mais comum para o câncer de pele, que hoje conta com outras terapias como a imunoterapia e a radioterapia. No entanto, o professor explicou que avanços recentes foram feitos na compreensão da composição da pele, de terapias fotodinâmicas e respostas imunológicas induzidas por metais, além de melhor entendimento dos mecanismos moleculares dos cânceres de pele, o que leva a pensar na terapia com esses metalofármacos como uma estratégia possível de tratamento.
Segundo o pesquisador, o estudo de tipos de terapia possíveis no âmbito do tratamento quimioterápico do câncer de pele foi bastante ampliado nas últimas duas décadas. Os metalofármacos mais conhecidos são aqueles à base de platina, amplamente estudados como agentes anticancerígenos.
O estudo compilou desde componentes que têm apenas estudos in vitro (celulares) publicados, estudos in vivo (animais) e também estudos clínicos em seres humanos, quando disponíveis. O foco foi em dois tipos de câncer de pele: carcinomas de queratinócitos (KCs) e melanoma. Esses metalofármacos têm uma natureza que permite que atuem como pró-drogas ou “cavalo de troia”, alterando suas propriedades à medida que atingem diferentes níveis de camadas da pele, podendo ser modulados de acordo com o tipo de câncer de pele que pode ser mais superficial ou atingir níveis sistêmicos (melanoma invasivo).
Para os pesquisadores, podemos aprender com a fisiologia da pele e as patologias dos cânceres de pele e traduzir esse conhecimento para quimioterápicos direcionados à base de metalofármacos como novas estratégias para o tratamento de cânceres de pele.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Jornal da UFG.
Fonte: Kharen Stecca, Jornal da UFG.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar