Destaque
Biomarcadores no sangue podem ajudar a prever resultados após traumatismo cranioencefálico
Um estudo financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA descobriu que biomarcadores presentes no sangue no dia de um traumatismo cranioencefálico (TCE) podem prever com precisão o risco de morte ou incapacidade grave de um paciente seis meses depois. Medir esses biomarcadores pode permitir uma avaliação mais precisa do prognóstico do paciente após o TCE, de acordo com resultados publicados na revista científica The Lancet Neurology.
Pesquisadores examinaram os níveis de proteína ácida fibrilar glial (GFAP) e de ubiquitina carboxi-terminal hidrolase L1 (UCH-L1)—proteínas encontradas em células gliais e neurônios, respectivamente – em quase 1.700 pacientes com TCE. O TRACK-TBI é um estudo observacional que visa melhorar a compreensão e o diagnóstico de TCEs para desenvolver tratamentos bem-sucedidos.
A equipe do estudo mediu os biomarcadores em amostras de sangue retiradas de pacientes com TCE no dia da lesão e avaliou sua recuperação seis meses depois. Os participantes foram recrutados em 18 centros de trauma de alto nível nos Estados Unidos. Mais da metade (57%) havia sofrido TCE em decorrência de acidente de trânsito.
O estudo mostrou que os níveis de GFAP e UCH-L1 no dia da lesão foram fortes preditores de óbito e desfechos desfavoráveis, como estado vegetativo ou incapacidade grave que requer assistência diária. Pacientes com níveis de biomarcadores entre o quinto mais alto tiveram maior risco de morte nos seis meses pós-TCE, com a maioria ocorrendo no primeiro mês.
GFAP e UCH-1 são atualmente usadas para auxiliar na detecção de TCE. Níveis elevados destes biomarcadores no sangue no dia do TCE estão ligados à lesão cerebral visível com neuroimagem. Em 2018, a agência Food and Drug Administration dos EUA (FDA) aprovou o uso desses biomarcadores para ajudar os médicos a decidir se devem solicitar uma tomografia computadorizada da cabeça para examinar o cérebro após o TCE leve.
O novo estudo sugere que GFAP e UCH-L1 também podem ajudar a prever a recuperação, particularmente entre pacientes com TCE moderado a grave. Os biomarcadores melhoraram a precisão dos modelos prognósticos atuais.
Os pesquisadores descobriram que o valor preditivo dos biomarcadores foi mais forte para pacientes com TCE moderado a grave. No entanto, os biomarcadores não previram com precisão quem experimentaria uma recuperação incompleta – incapacidade moderada, mas capaz de viver de forma independente – aos seis meses.
Embora estudos adicionais sejam necessários para reproduzir os resultados, os resultados indicaram que biomarcadores presentes no sangue podem ajudar médicos e pesquisadores a prever melhor os resultados dos pacientes após o TCE.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (em inglês).
Fonte: Erin Bryant, NIH.
Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Por favor, faça Login para comentar