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Ciclo do hormônio cortisol pode ficar alterado em gestantes com sintomas depressivos e afetar o processo de gestação

Fonte

Universidade de Barcelona

Data

terça-feira. 6 fevereiro 2024 18:50

Mulheres com sintomas depressivos durante a gravidez podem sofrer uma alteração no ritmo circadiano do cortisol – um hormônio necessário para o desenvolvimento fetal – que pode afetar o curso da gravidez. Este hormônio aumenta naturalmente durante a gravidez, mas níveis excessivos de cortisol nos primeiros estágios da gravidez podem ter efeitos negativos no desenvolvimento do feto, especialmente se o cortisol aumenta por períodos prolongados e especialmente quando seus níveis são geralmente menores (por exemplo, à noite).

Nas gestantes com sintomas depressivos, o aumento dos níveis de cortisol total entre o primeiro e o segundo trimestres de gravidez é muito pronunciado. Especificamente, o que ocorre no segundo trimestre pode estar relacionado a uma maior taxa de parto prematuro e a um menor percentual de peso ao nascer dos bebês.
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Estas são as principais conclusões de um estudo publicado na revista científica Psychoneuroendocrinology e liderado pela Dra. Lourdes Fañanás, professora da Faculdade de Biologia e do Instituto de Biomedicina da Universidade de Barcelona (IBUB), em colaboração com o Hospital Clínico de Barcelona e o Hospital Sant Joan de Déu em Barcelona, na Espanha. Participaram do estudo pesquisadores do Centro de Pesquisa Biomédica da Rede de Saúde Mental (CIBERSAM) e do Centro de Pesquisa Biomédica da Rede de Doenças Raras (CIBERER).

Quando o nível de cortisol aumenta durante a noite

Durante a gravidez, muitas alterações fisiológicas e psicológicas ocorrem nas mulheres grávidas e é comum o aparecimento de sintomas depressivos em gestantes, que normalmente não são diagnosticados nas consultas de rotina. No entanto, estes sintomas podem estar associados a uma desregulação do ritmo circadiano do cortisol.

Esta sintomatologia depressiva pode provocar alterações no primeiro e segundo trimestre de gravidez, fazendo com que “as grávidas não consigam reduzir suficientemente os níveis de cortisol durante a noite, quando deveriam estar significativamente baixos”, explicou Águeda Castro, primeira autora do artigo e membro do Departamento de Biologia Evolutiva, Ecologia e Ciências Ambientais da Universidade de Barcelona e pesquisadora do grupo CIBERSAM. “Essas condições podem afetar o feto, sensibilizando seu próprio sistema de resposta ao estresse – eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) – ou por toxicidade direta nos neurônios”, acrescentou.

O estudo foi realizado numa coorte de 112 mulheres na primeira gravidez (idades entre 18 e 40 anos). Durante a gravidez, os pesquisadores analisaram trimestralmente o ciclo circadiano de cortisol das mães, a percepção do estresse e os sintomas depressivos.

“Os nossos resultados sublinham a importância de avaliar sintomas subclínicos de depressão, ou situações de elevado stress psicossocial, nas mães durante toda a gravidez e não apenas nos momentos mais próximos do parto”, afirmou a professora Dra. Lourdes Fañanás, coordenadora do trabalho. E acrescentou: “Isso é relevante mesmo que não haja histórico prévio de doença psiquiátrica ou depressão nas mães”.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Barcelona (em espanhol).

Fonte: Universidade de Barcelona.

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