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Cientistas encontram nova maneira de matar células-tronco do câncer de mama que possuem características ancestrais e resistem à quimioterapia

Fonte

Instituto Karolinska

Data

quinta-feira. 30 novembro 2023 15:35

Pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, e da Universidade de Kanazawa, no Japão, fizeram uma nova descoberta que pode melhorar os tratamentos do câncer de mama. Os pesquisadores estudaram células-tronco cancerígenas (CSCs), que podem resistir à quimioterapia e formar novos tumores. Eles encontraram um tipo de CSCs vulnerável a medicamentos que têm como alvo uma bomba nas células. Esses medicamentos podem potencialmente matar essas CSCs e ajudar pacientes com câncer de mama triplo negativo (TNBC), uma forma de câncer de mama difícil de tratar.

O câncer de mama é uma doença complexa e diversificada que afeta milhões de mulheres em todo o mundo. Um dos desafios no tratamento do câncer da mama é que algumas das células cancerígenas têm a capacidade de sobreviver à quimioterapia e formar novos tumores. Essas células são chamadas de CSCs e não são todas iguais. Algumas CSCs têm características e comportamentos diferentes de outras, o que as torna mais difíceis de atingir.

“Usamos uma técnica chamada sequenciamento de RNA unicelular para analisar a diversidade de CSCs em um tipo de câncer de mama denominado câncer de mama triplo-negativo (TNBC)”, afirmou o Dr. Theodoros Foukakis, professor do Departamento de Onco-Patologia do Instituto Karolinska. O TNBC é uma forma agressiva e difícil de tratar de câncer de mama que não responde à terapia hormonal ou a medicamentos direcionados. Os pesquisadores descobriram que existe uma subpopulação de CSCs que possui características ancestrais, o que significa que se assemelham às células que formam o tecido mamário durante a gravidez. Essas CSCs são marcadas por uma proteína chamada FXYD3, que faz parte de uma bomba que regula o equilíbrio dos íons sódio e potássio nas células. Curiosamente, após a quimioterapia, estas células persistiram em tumores resistentes, mas diminuíram em tumores que responderam.

Os pesquisadores descobriram que as CSCs FXYD3+ têm maior probabilidade de evoluir e proliferar, e que possuem características de progenitores alveolares, que são células que formam as glândulas produtoras de leite na mama. Essas células são normalmente induzidas durante a gravidez, mas no TNBC podem contribuir para o crescimento e disseminação do tumor. Os pesquisadores também descobriram que as CSCs FXYD3+ são mais resistentes à quimioterapia e persistem após o tratamento, o que as torna fontes potenciais de recorrência tumoral. Eles identificaram as CSCs FXYD3+ como alvos terapêuticos cruciais e sugeriram que eliminá-las poderia melhorar o prognóstico de pacientes com TNBC.

Para testar essa ideia, os pesquisadores usaram medicamentos que inibem a bomba de sódio-potássio, como os glicosídeos cardíacos, normalmente usados no tratamento da insuficiência cardíaca. Eles descobriram que essas drogas são eficazes em matar as CSCs FXYD3+, tanto em laboratório quanto em modelos animais. Eles também descobriram que esses medicamentos poderiam aumentar o efeito da quimioterapia e prevenir a formação de novos tumores a partir de CSCs FXYD3+.

Os resultados foram publicados na revista científica The Journal of Clinical Investigation,

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Karolinska (em inglês).

Fonte: Erika Rindsjö, Instituto Karolinska.

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