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Enzima pode ser novo alvo para imunoterapias contra o câncer
Os tumores podem usar uma enzima chamada ART1 para impedir as células imunes antitumorais, tornando a enzima um novo alvo promissor para tratamentos de câncer que aumentam a imunidade, de acordo com um estudo de pesquisadores da Escola de Medicina (Weill Cornell Medicine) da Universidade Cornell e do Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos.
No estudo, publicado recentemente na revista científica Science Translational Medicine, os pesquisadores encontraram fortes evidências de que a ART1, quando expressa em células tumorais, pode modificar um receptor em células imunes que combatem tumores de uma maneira que desencadeia a morte dessas células imunes. Em modelos animais de câncer, o bloqueio da ART1 aumentou a presença das células imunes que combatem o tumor dentro dos tumores e retardou ou interrompeu o crescimento do tumor.
“Essas descobertas devem nos permitir adicionar ao nosso ‘kit de ferramentas’ para melhorar a resposta imune antitumoral, para beneficiar pacientes com câncer”, disse o Dr. Timothy McGraw, coautor do estudo e professor de Bioquímica e Bioquímica em Cirurgia Cardiotorácica na Weill Cornell Medicine.
“Nosso foco principal neste estudo foi o câncer de pulmão, mas há evidências de que esse mecanismo de evasão imunológica também funciona em outros tipos de câncer”, disse a Dra. Sandra Demaria, coautora do estudo e professora de Oncologia e de Patologia e Laboratório de Medicina da Weill Cornell Medicine.
“Este é um excelente exemplo de como a ciência translacional deve funcionar”, disse o autor sênior Dr. Brendon Stiles, chefe da Divisão de Cirurgia Torácica e Oncologia Cirúrgica e diretor associado de serviços cirúrgicos do Montefiore Einstein Cancer Center e professor de Cirurgia Cardiovascular e Torácica na Albert Einstein College of Medicine.
“Primeiro encontramos a ART1 expressa em tumores de pacientes com câncer de pulmão. No laboratório, descobrimos que a ART1 ajuda a bloquear a resposta imune antitumoral, especificamente induzindo a morte de células T antitumorais. Em seguida, desenvolvemos um anticorpo terapêutico que bloqueia a função do ART1, permitindo que o sistema imunológico combata o câncer e, finalmente, prolongando a sobrevivência em modelos tumorais. Espero que em breve possamos levar esse anticorpo para tratar nossos pacientes com câncer”, explicou o Dr. Brendon Stiles.
O sistema imunológico dos mamíferos possui vários mecanismos de segurança para evitar que a atividade imunológica se torne excessiva e danifique os tecidos. Nas últimas décadas, os cientistas passaram a perceber que os tumores frequentemente cooptam esses mecanismos de segurança – também chamados de checkpoints imunológicos – para derrotar as respostas imunes antitumorais naturais.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade Cornell (em inglês).
Fonte: Jim Schnabel, Weill Cornell Medicine.
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