Destaque

Estudo aponta que os linfócitos T independem dos anticorpos neutralizantes para conferir proteção contra variantes de preocupação causadoras da COVID-19

Fonte

MCTI | Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Data

domingo. 26 fevereiro 2023 18:45

Um estudo conduzido por pesquisadores brasileiros demonstrou que os linfócitos T, considerados a ‘memória’ do sistema imunológico, são os responsáveis por proteger o organismo contra as variantes de preocupação Gamma e Omicron do vírus SARS-CoV-2. O artigo, assinado por 17 cientistas, foi publicado recentemente na revista científica NPJ-Vaccines. A pesquisa contou com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da RedeVírus, e apoio de outras instituições.

Segundo os pesquisadores, hoje é bem aceito que as vacinas anti-COVID-19 da primeira geração, elaboradas com a proteína S (spike) do isolado Wuhan (ou ancestral) induzem baixos níveis de anticorpos neutralizantes contra as variantes de preocupação. No entanto, eles destacam que é também sabido que essas vacinas protegem contra as formas graves da COVID-19.

A pesquisa comparou a resposta dos anticorpos neutralizantes e dos linfócitos T em relação às variantes de preocupação do vírus SARS-CoV-2, que são aquelas que podem apresentar escape vacinal. Os pesquisadores utilizaram modelos pré-clínicos para casos graves e moderados da doença para avaliar a eficiência das vacinas baseadas em DNA que codificam a proteína S do vírus no combate às cepas ancestral (Wuhan), Delta, Gamma e Omicron.

A imunização realizada pelos pesquisadores em animais de laboratório induziu níveis significativos de anticorpos neutralizantes para combater as cepas de Wuhan e Delta. O  teste com as variantes Gamma e Omicron não alcançou o mesmo patamar. No entanto, os pesquisadores observaram que, mesmo havendo essa diferença de indução de anticorpos, os animais apresentaram proteção para todas as variantes de preocupação do vírus testadas. As análises concluíram que quando os anticorpos neutralizantes deixaram de ser efetivos – pois os níveis eram muito baixos -, a doença e a letalidade foram controladas pelos linfócitos T.

“Isso indica que a resposta que está controlando as infecções é diferente. No caso das vacinas de primeira geração, os anticorpos neutralizantes são extremamente importantes. Mas para as variantes mais recentes, quem controla a infecção é o linfócito T”, explicou o Dr. Ricardo Gazzinelli, pesquisador do Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sobre o experimento. “O ponto principal é que quando se usa as vacinas de primeira geração, que foram produzidas com a cepa de Wuhan, o anticorpo produzido é incapaz de bloquear a entrada do vírus [da variante Ômicron] na célula”, complementou o professor Ricardo Gazzinelli.

O  artigo destacou que a vacina de DNA, que se mostrou efetiva na proteção à COVID-19, possui algumas vantagens práticas, frente ao alto custo e baixa estabilidade das vacinas de mRNA, adenovírus e de vírus inativado. É válido destacar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda há países em que apenas 20% da população recebeu pelo menos uma dose da vacina. Isso indica que há um contingente mundial significativo a ser imunizado.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Fonte: MCTI.

Em suas publicações, o Canal Farma da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Canal Farma tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Canal Farma e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Canal Farma, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2024 farma t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional nas áreas de Ciências Biológicas, Biomédicas e Farmacêuticas, Saúde e Tecnologias 

Entre em Contato

Enviando

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

Create Account