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Estudo identifica potencial alvo terapêutico para o diabetes tipo 2
Uma característica central do diabetes tipo 2 é a incapacidade das células do corpo de responder à insulina, um hormônio que mantém os níveis de glicose no sangue normais. Fundamental para esse equilíbrio é o fígado, que tanto armazena quanto ‘produz’ glicose, dependendo das necessidades do corpo. Uma nova pesquisa publicada na revista científica Cell Reports, liderada por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (MGH), nos Estados Unidos, indica que uma enzima chamada ‘quinase regulada por soro e glicocorticoide’ (SGK) estimula a resistência à insulina no fígado e, portanto, pode representar um alvo terapêutico promissor para o tipo 2 diabetes.
“Decidimos estudar o papel da SGK na ação e no metabolismo da insulina porque, como ela se parece muito com outra quinase ativada por insulina chamada Akt, achamos que a SGK faria a mesma coisa que Akt”, disse o Dr. Alexander A Soukas, autor sênior do estudo e pesquisador principal do Centro de Medicina Genômica e Unidade de Diabetes do MGH e professor de Medicina da Escola Médica de Harvard. “Tínhamos a ideia, com base em alguns experimentos anteriores, de que ela poderia realmente estar funcionando em oposição à Akt e que poderia representar uma maneira de direcionar a resistência à insulina no diabetes de uma forma muito diferente, promovendo a saúde metabólica e a sensibilidade à insulina”.
Na verdade, os experimentos da equipe revelaram que, quando camundongos ingeriam uma dieta pouco saudável, a Sgk (versão dao SGK em camungongos) impedia a ação da insulina ao inibir os efeitos metabólicos benéficos de uma molécula do fígado chamada ‘proteína quinase ativada por AMP’ (AMPK). O bloqueio da atividade da Sgk liberou os freios da AMPK, tornando o fígado mais sensível à insulina e queimando gordura no processo. “Desta forma, direcionar Sgk pode ser uma forma de direcionar as alterações metabólicas no diabetes tipo 2 de uma forma que não se pensava ser possível”, disse o Dr. Alexander Soukas.
As descobertas indicam que a inibição da atividade de SGK no fígado pode prevenir a resistência à insulina típica do diabetes tipo 2. “Em essência, bloquear a SGK no fígado restaura a ação mais normal da insulina no processo, ajudando a bloquear o acúmulo de gordura no fígado e o ganho de peso que tão frequentemente acompanha a ingestão de uma dieta ocidental. Embora não esperemos que isso dê às pessoas o poder de comer ‘fast food’ impunemente, quando combinado com exercícios e tentativas de alimentação mais saudável, tratamentos como este podem revolucionar a forma como tratamos o diabetes tipo 2”, concluiu o pesquisador.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Hospital Geral de Massachusetts (em inglês).
Fonte: Marcela Quintanilla Dieck, Hospital Geral de Massachusetts.
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