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Estudo revela possível alvo para combater reações de hipersensibilidade e dor causadas por quimioterapia
Amplamente usado no Sistema Único de Saúde (SUS) contra diversos tipos de câncer, entre eles mama, pulmão e ovário, o paclitaxel é um quimioterápico que apresenta vários efeitos colaterais. A lista inclui dores, fraqueza e até falta de ar. Há casos em que se torna necessário suspender o tratamento. O mecanismo por trás das reações adversas ainda não está claro, mas uma pesquisa recentemente divulgada revela um alvo a ser investigado.
O estudo publicado na revista científica Cell Death & Disease mostrou que a droga se liga e ativa o receptor celular C5aR1, envolvido em doenças inflamatórias e tumores. Essa conexão é crucial para a origem das reações adversas do quimioterápico, principalmente a chamada neuropatia periférica. Ela ocorre quando há mau funcionamento da comunicação dos nervos periféricos com o cérebro, provocando dores, formigamento, dificuldade de movimento e perda muscular, por exemplo.
O resultado do trabalho aponta um caminho para novos estudos avançarem na busca de um alvo farmacológico, visando prevenir essas reações.
“Mostramos que a molécula do fármaco é capaz de ativar vias de sinalização específicas, no caso as do receptor C5aR1, e isso está ligado aos efeitos adversos. Se entendemos o que está por trás desse processo e dissociamos do efeito antiproliferativo do quimioterápico, podemos encontrar um alvo para diminuir e até bloquear as reações colaterais”, disse o Dr. Thiago Mattar Cunha, um dos autores do artigo e professor do Centro de Pesquisa em Doenças Inflamatórias (CRID) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
O artigo contou com a participação da cientista Dra. Andreza Urba de Quadros, do CRID, que também recebeu apoio da FAPESP, e de pesquisadores da empresa italiana Dompé Farmaceutici, incluindo o Dr. Marcello Allegetti, autor correspondente do estudo.
Segundo o Dr. Thiago Cunha, a publicação é resultado do esforço conjunto dos pesquisadores e de anos de trabalho. “Nosso grupo vem estudando o receptor C5aR1 desde os anos 2000 e já em 2008 demonstramos seu papel na dor inflamatória. Desde essa época, viemos aprofundando as investigações. No caminho, houve a parceria com a Dompé”, conta o professor à Agência FAPESP.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.
Fonte: Luciana Constantino, Agência FAPESP.
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